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terça-feira, 19 de julho de 2011

Passeata contra a onda de estupros em Barão Geraldo!

Quando:  quinta, 11 de agosto · 14:00 - 17:00
Localização:
Barão Geraldo

Mais Informações:
A idéia da passeata é mostrar a indignação diante dessa onda de estupros ocorridos em Barão Geraldo, além disso, refletir e buscar soluções práticas para que esses crimes sejam evitados.

Concentração no Balão da av 1, subiremos a 2 no sentido Pão de Açúcar, passaremos pelo retorno e o ponto de chegada é na delegacia da Polícia Civil da av 2.

Vivemos numa sociedade que ainda ensina a não ser estuprada ao invés de não estuprar.

Qual a roupa que a vítima usava no momento do ataque?
Quantas relações sexuais ela já teve?
Como ela se comporta? É moça de família?

Estupro é crime, independente da roupa, do comportamento e de qualquer outro pretexto que se possa pensar.
A culpa é do estuprador.

Todas as mulheres devem ter direito de se vestir como quiserem e ninguém tem o direito de mexer, fazer gracinhas ou violentá-las.

3 de agosto ao 12:00 discussão sobre a passeata no teatro de arena.

Alunas da Unicamp organizam protesto contra estupros em Barão Geraldo

Manifestação está prevista para agosto e 1,3 mil pessoas confirmaram presença pela rede social

15/07/2011 - 18:39
Alunas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) organizam uma passeata pela rede social Facebook contra os casos de estupro no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, onde fica um dos campus da universidade. A manifestação está marcada para o dia 11 de agosto, às 14h. Até o começo da noite desta sexta-feira (15), 1.356 pessoas confirmaram a presença no evento.
A frase "Você pode ser a próxima estuprada" (foto abaixo) foi pichada em um muro na avenida Atílio Martini, próximo ao 7º Distrito Policial. Moradores e estudantes enviaram e-mails e comentários dizendo que uma onda de estupros têm assustado quem reside no local.
Segundo os organizadores da passeata, a ideia é "mostrar a indignação diante dessa onda de estupros ocorridos em Barão Geraldo, além disso, refletir e buscar soluções práticas para que esses crimes sejam evitados. Vivemos numa sociedade que ainda ensina a não ser estuprada ao invés de não estuprar", informa texto publicado na rede social.

As estudantes também enfatizam na página da internet que "Estupro é crime, independente da roupa, do comportamento e de qualquer outro pretexto que se possa pensar. A culpa é o estuprador. Todas as mulheres devem ter direito de se vestir como quiserem e ninguém tem o direito de mexer, fazer gracinhas ou violentá-las".
A concentração está programada para ocorrer no balão da Avenida 1 do campus. Os manifestantes devem subir a Avenida 2, e seguem até o 7º DP.
Estatísticas
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, de janeiro a maio deste ano, foram registrados 80 estupros na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Campinas, onde são concentradas as ocorrências deste tipo. Mas de acordo com a coordenadora da entidade SOS Ação Mulher e Família, Lúcia Octaviano, os dados são irreais, já que muitas mulheres não registram boletim de ocorrência na maior parte dos casos. A instituição oferece acompanhamento psicológio e jurídico gratuito às vítimas de estupro em Campinas e atende atualmente cerca de 60 famílias.
A coordenadora da entidade explica que as mulheres têm medo e se sentem vulneráveis, principalmente quando o agressor é conhecido ou parente da vítima.
A Polícia Civil pede que qualquer ocorrência ou atitude suspeita seja comunicada para os distritos policias ou para a Delegacia da Mulher, responsável pelas investigações neste caso. A Polícia Militar informou que faz rondas na região de Barão Geraldo e não foi informada sobre o aumento deste tipo de crime.
Segurança
O delegado responsável pela delegacia do distrito de Barão Geraldo, o 7° DP, Tadeu de Almeida, informou que a região tem algumas características que contribuem para a ocorrência desse tipo de crime como, por exemplo, a concentração de estudantes que são de cidades menores e até de outros países, não têm o hábito de tomar os mesmos cuidados de quem já reside em Campinas. O delegado reforça que não há motivo para preocupação, uma vez que o número de casos registrados está dentro da média esperada.
As recomendações para evitar um estupro, segundo o delegado do 7º DP são: evitar sair sozinho em horários de menor movimento e evitar locais isolados e ficar atento ao entrar e sair de casa.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Rio de Janeiro inaugura os 5º Jogos Mundiais Militares neste sábado.

Evento com atletas de 112 países está sendo apoiado pelas Nações Unidas e tem como tema o combate à violência contra mulheres; Pelé deve acender a tocha ao lado de três atletas olímpicos.



O evento é apoiado pela ONU Mulheres e conta com a participação de 112 países

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Neste sábado, o Rio de Janeiro dará início aos Jogos Mundiais Militares. O evento, na sua 5ª. edição, conta com o apoio da ONU Mulheres, a entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e Autonomia das Mulheres.

Milhares de atletas de 112 países já começaram a chegar à cidade para as competições que deverão durar oito dias.

Campanha

O combate à violência a mulher é o foco dos Jogos Mundiais Militares este ano. Um dos organizadores, o almirante Julio Saboya de Araújo Jorge falou à Rádio ONU, de Brasília, sobre a contribuição das Forças Armadas à campanha.

“O que nós precisamos é evitar a violência, é prevenir a violência. E para isso, o fundamental é educação, principalmente, para crianças, adolescentes e jovens que são aqueles que podem interferir, diretamente, na vida doméstica. Neste aspecto, há um enorme potencial para a ação das Forças Armadas tanto na conscientização quanto na prevenção à violência”, afirmou.

De acordo com a assessoria dos Jogos Mundiais, a tocha do evento será acesa por Pelé. O ex-jogador será acompanhado de três atletas olímpicos, todos militares: Vanderlei do vôlei, Júlio Almeida e Jadel Gregório.

Corpo-a-Corpo e Mochilas

O uso do esporte para promover desenvolvimento e paz é apoiado pela ONU.

Para participar das competições é preciso ser atleta e militar. Segundo analistas, o evento deve servir de teste para a realização ds Copa do Mundo em 2014 e despertar o interesse de outras partes do mundo.

A parceria das Nações Unidas com o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil e o Ministério da Defesa, possibilitou a campanha “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres” chega ao maior evento militar já realizado no Brasil.

No corpo-a-corpo, as Nações Unidas e uma equipe de voluntário vão distribuir mochilas, fitas de pulso e folhetos da campanha “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres”.

http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2011/07/rio-de-janeiro-inaugura-os-5%c2%ba-jogos-mundias-militares-neste-sabado/

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Por um futuro melhor e digno às pessoas idosas.

Lúcia Helena Octaviano(1)

A violência doméstica contra a pessoa idosa tem sido cada vez mais freqüente no Brasil e no mundo. Constantemente em noticiários vemos familiares maltratando seus idosos, em grande parte das vezes para ter o uso completo de seus bens ou valores de recebimento de aposentadoria, pensão ou benefício. Em casos extremos, vemos filhos e netos matando pais e avós, para que possam se utilizar de bens materiais que só lhes seriam passados em caso de falecimento do idoso.

Além do fato em si, é de se considerar extremamente chocante, também, os comentários que a população em geral pode deixar em qualquer matéria publicada pela internet. Frases do tipo “o idoso é o culpado por ter educado mal ou sido ruim para seus familiares”, “o idoso tem que aprender a passar em vida seus bens a seus filhos”, ou ainda “ ninguém mandou que (o idoso) fosse assim egoísta por não querer dividir seus bens”.

Involuntariamente, não posso deixar de pensar na obra cinematográfica “Parente é serpente”, de Mario Monicelli. Quem assiste ao filme chega a rir com o andamento da história, que não deixa de ter um final chocante e que nos remete à culpa - por tanto riso durante o desenvolvimento do tema.  O problema é que ver uma história ser encenada por divertidos atores italianos é bem diferente do que saber do fato real cometido por pessoas reais, com suas consciências reais – e com uma falta de bom senso tão irracional.

Diferentemente das sociedades orientais, o ocidente parece não ter aprendido a honrar seus idosos. Ao contrário, o idoso é constantemente visto como um objeto inútil, arcaico e démodé, que deve conhecer seu lugar, invariavelmente distante da família, para que não atrapalhe os mais novos. As cãs, diferentemente de tempos distantes, não nos inspiram mais confiança e respeito, e sim trabalho e desamor.

Em um mundo globalizado de prerrogativas excessivamente consumistas, onde modas são lançadas diariamente, padrões de beleza são implementados ditatorialmente e o novo é passado no seguinte instante após seu lançamento, o idoso é um fator emperrante que parece ter o perigo de poder prender no tempo, ou fazer com que se perca tempo... Mas por que é necessário tanto tempo? Qual a utilidade desse tempo que tanto se quer preservar longe de alguém que já foi atuante no núcleo familiar?

A deterioração da família passa certamente pelas perdas de ensinamento moral e de bons costumes. Será possível que o ser humano seja assim tão inconseqüente que tenha passado a desconsiderar seu próximo como humano?

Dos princípios constitucionais que costumam basear países de consolidação democrática, volto-me especialmente com carinho para a dignidade da pessoa humana. O respeito à vida ao lado até que essa se esvaia por vontade cósmica – e não pela vontade própria do incomodado.

De ninguém há de ser exigida gratidão pela vida que levou enquanto provedor o idoso de seu lar. Cada qual, afinal, conhece a vida que teve, ou à qual foi submetido. Mas quando saímos do microcosmo e passamos a ver o todo, dando um pequeno passo atrás, é que podemos garantir que nossos próprios direitos sejam respeitados quando formos idosos, cumprindo agora o dever de respeitar o idoso que provavelmente chegaremos a ser amanhã.

Todo direito é ligado a um dever, e, apesar do fato parecer de um bom senso indubitável, que deveria ser inato em qualquer cidadão comum, é fato que a preferência aos direitos é sempre maior que aos deveres. Mais que isso, é sempre boa a lembrança de que, se hoje temos direitos a gozar, é porque muitos deles foram motivos de luta dos que hoje são nossos idosos, em busca de tempos mais leves para nós mesmos.

Voltando aos princípios basilares democráticos, a promoção da dignidade da pessoa humana é mote para que prevaleça a liberdade, esta sim querida por todos, moderna em todos os tempos, a cada segundo, mesmo que caiam modas, conceitos ou rituais.

É de nós mesmos que depende nossos direitos futuros, quando nem mesmo pudermos nos lembrar se temos direitos (ou até mesmo para quê eles nos servem), e é nosso dever garantir que até lá esses só se modifiquem para melhor.

Que possamos começar ainda hoje a tratar melhor de nosso próprio futuro, cuidando dignamente de nossos idosos.

(1) Advogada, especialista em Direito Constitucional, atualmente como Coordenadora da Equipe Técnica da ONG SOS Ação Mulher e Família