segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Licença maternidade pode ser mais importante para as mulheres

Segundo estudos, não há ligação negativa entre o tamanho da licença e o desenvolvimento das crianças

1 jan, 2017

Quanto tempo uma mulher deve ficar de licença do trabalho depois de ter um filho? Os escandinavos acreditam que a mulher deve tirar bastante tempo de licença, já os americanos parecem achar que as mulheres precisam de pouco tempo ou nada.

Há diversos estudos sobre o assunto com resultados complexos. No entanto, o mundo já mudou bastante desde então: mais mulheres trabalham, a importância dos cuidados na primeira infância foi reconhecida, e os pais estão se envolvendo mais com os bebês.

Então, duas pesquisadoras analisaram dados mais recentes, de crianças que nasceram a partir dos anos 2000, para descobrir se as crianças sofriam, seja academicamente ou emocionalmente, quando as mães voltavam rapidamente a trabalhar. A resposta quase sempre foi não.

Caitlin McPherran Lombardi da Universidade de Conecticut e Rebekah Levine da Boston College publicaram dois estudos: um sobre crianças no Reino Unido e na Austrália e outro sobre crianças americanas.

Os estudos analisaram as famílias e as crianças desde o nascimento até elas entrarem na educação primária. As pesquisadoras concluíram que não há nenhuma ligação negativa entre o retorno rápido da mãe para o trabalho e o desenvolvimento da criança, tanto no lado acadêmico quanto no emocional.

Em alguns casos, crianças de mães mais pobres nos Estados Unidos se saiam melhor quando as mulheres voltavam a trabalhar mais cedo. Em outras circunstâncias, crianças de famílias com melhor situação financeira, sofriam um pouco quando suas mães voltavam a trabalhar mais cedo. Mas levando tudo em consideração, a conclusão foi que a licença das mães não importava tanto para as crianças.

A conclusão foi surpreendente, porque estes três países tem licenças bem diferentes. Nos Estados Unidos não há política de licença maternidade remunerada, e só é permitido uma licença não remunerada de até 12 semanas. No Reino Unido, os empregos das mulheres são protegidos por 39 semanas depois do nascimento, sendo que durante as seis primeiras semanas o pagamento é integral. Na Austrália, as mães podem tirar até 18 semanas de licença e elas são remuneradas com o valor do salário mínimo.

Apesar de não fazer diferença na vida das crianças, a licença influencia na vida das próprias mulheres. As mães americanas voltam logo a trabalhar, na maioria das vezes em tempo integral, mas muitas abrem mão da carreira logo em seguida.  Já as mulheres do Reino Unido e da Austrália voltam ao trabalho lentamente, por meio período, mas são mais propensas a continuar trabalhando.

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