sexta-feira, 7 de setembro de 2012


Investimentos livram mulheres nordestinas do peso das latas d’água, diz estudo do Banco Mundial


Rita de Cássia, da Comunidade Negra do Jatobá: "Eu sofria para lavar a louça. Agora tenho tempo para outras coisas".Buscar água ainda é a tarefa que consome a maior parte do tempo das mulheres no Nordeste. Mas as coisas estão mudando no Rio Grande do Norte, onde 2,7 mil iniciativas apoiadas pelo Banco Mundial beneficiaram 90 mil famílias pobres rurais ao longo de oito anos. É o que mostra o novo estudo da instituição, que analisa a relação dos investimentos feitos em água e setores produtivos locais com a redução da pobreza e da desigualdade de gênero.
As mulheres diminuíram a quantidade de horas gastas com essa função e com as tarefas de casa, informa o estudo, feito em 20 comunidades. Nas horas livres, elas puderam se dedicar mais a atividades do campo, o que melhorou tanto a renda agrícola quanto a qualidade da comida servida em casa.
Elas também passaram mais tempo trabalhando fora, o que deu origem a um aumento de 30% na renda familiar. “Eu sofria para lavar a louça. Agora tenho tempo para outras coisas”, diz Rita de Cassia, moradora da comunidade quilombola Jatobá.
“A água trouxe benefícios imediatos às famílias pesquisadas. Permitiu a elas ter mais tempo para tarefas diferentes, para descansar ou simplesmente brincar”, conta Fatima Amazonas, que coordenou o estudo de caso e gerenciou o Projeto de Redução da Pobreza Rural no Rio Grande do Norte.
Todos esses avanços também permitiram que as mulheres ganhassem uma maior consciência sobre as questões de desigualdade de gênero, ainda muito fortes na região. A previsão é que outros estudos como esse sejam realizados em breve em outros estados apoiados por projetos de redução da pobreza, como Ceará e Sergipe. Acesse aqui o estudo completo.

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