quarta-feira, 5 de setembro de 2012


Que valores você quer passar para seus filhos?

MARTHA MENDONÇA


Educar não é fácil. A gente segue o instinto, tenta caprichar, mas há sempre muitas, muitas dúvidas. Há muitos livros, muitas revistas,  muitas entrevistas, muitas palestras. Outro dia me deparei com uma matéria na inernet: “O dente do seu filho está mole. Como agir?”. Aquilo me causou um estranhamento. Crianças perdem dentes a toda hora, desde que o mundo é mundo. Como assim, “como agir”? Mas esse, claro, é só um exemplo.
Você, que é pai ou mãe, algum dia já fez uma reflexão de verdade e, quem sabe, já colocou no papel que valores principais você gostaria de passar para o seu filho? (E, depois de feita a lista, pensou se está dando bom exemplo?)
Eu nunca tinha feito isso. Estou fazendo agora, pra este post.
Enumerei três coisas principais:
Honestidade: que  não é mérito, é obrigação (apesar de todo mundo por aí sempre festejar pessoas que agem honestamente em situação públicas);
Respeito às diferenças: ensinar – e mostrar, com seu próprio comportamento – que o diferente é que é normal, que temos que ter cabeça aberta às formas que os outros esolheram para se felizes ou ao que a vida destinou às outras pessoas;
Educação: Tanto o interesse pelo conhecimento quanto o bom dia, boa tarde, boa noite, por favor e obrigada, que não tiram pedaço de ninguém.
Mas, fora isso, que é o “basicão”, coloquei duas coisas muito especiais que eu gostaria de ensinar aos meus filhos:
A primeira é aceitar a propria humanidade. Aceitar os próprios defeitos, não se culpar tanto das coisas. Tentar sempre, mas saber pegar o limão das limitações e fazer uma limonada. Eles já ficam treinados desde hoje se a gente mostra a eles que pais e mães e adultos, de forma geral, não são perfeitos. Não sabem tudo. Mães têm sono, fome, mau humor, irritação, dias-não. Também erram, metem os pés pelas mãos, dizem coisas erradas na hora errada. Não são os donos da verdade.
E é aí, sobre esse conceito chamado verdade, que mora a segunda coisa que eu queria que eles aprendessem: contestar o que lhes chega como verdade. Regras. Dogmas. Receitas de bolo. Coisas ditas com tons professorais e intimidadores. Eu queria que eles sempre tentassem pensar de outro jeito sobre as coisas do mundo. Com delicadeza, claro. Mas dizer “sim, senhor” pra tudo e pra todos pode ser uma atitude que só leva à infelicidade. E digo isso sabendo que tal conselho pode se virar contra mim.
Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez.
Mas, pra isso, é preciso coragem.
E é a gente que tem que ensinar isso a eles.

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