Crianças que não convivem com os avós são mais preconceituosas com idosos
É fácil desenvolver estereótipos negativos das pessoas idosas: elas são consideradas esquecidas, de difícil convivência, “meio doidas” e confusas. O que é surpreendente é que esses estereótipos podem estar embutidos em crianças de dois ou três anos.
Uma pesquisa conduzida pela pesquisadora Sheree Kwong See, da Universidade de Alberta, no Canadá, identificou esses estereótipos em crianças bastante jovens e concluiu que isso poderá afetar seus julgamentos quando forem mais velhos.
“Foi possível provar que crianças, em idades que estavam começando a falar, já haviam estabelecido certas ideias sobre pessoas idosas”, diz a pesquisadora. O estudo, publicado no periódico Educational Gerontology, mediu as reações de crianças após serem questionadas sobre um teste de vocabulário, conduzido por participantes mais jovens e outros mais velhos.
Aquelas que tinham menos contato com idosos tinham uma tendência maior a não prestar atenção ou não confiar nos participantes mais velhos ao serem corrigidas.
“Quando uma criança interage com a ‘vovó’ mais frequentemente, você vai considerá-la uma boa ‘professora’ [papel dos participantes nos testes, de certa forma], mesmo que ela seja mais velha. Quanto menos contato, mais os estereótipos negativos tendem a aparecer e as crianças acham que ela está menos alerta que uma pessoa mais jovem”, afirma a pesquisadora.
Mas a pesquisadora alerta que não é somente aumentar a interação com os mais velhos que contribuem para essa imagem negativa. “Esses estereótipos estão nos desenhos animados, nos livros de história e principalmente vendo como os adultos interagem com os idosos. Mas quanto maior o convívio ou contato com imagens mais positivas, mais cedo elas podem reverter esse processo”, diz Kwong See.
As implicações a longo prazo com a imagem negativa das pessoas mais idosas pode piorar as interações das crianças e mesmo o tratamento dado a essas pessoas durante sua vida, e até mesmo criar um conceito ruim sobre o fato de envelhecer, alerta a pesquisadora.
por Enio Rodrigo
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