2 1363174 99728195 Colin Brough 300x167 Não é o estresse, mas a forma como reagimos é o que garante nossa saúde, afirma pesquisa
Não são as situações estressantes mas a forma como se lida com esses estressores que trazem problemas de saúde para as pessoas.

É o que afirma um estudo americano que analisou os dados colhidos em mais de 2 mil indivíduos que haviam passado por situações estressantes em um período de 24 horas antes da coleta de informações e entrevistas com os pesquisadores.
“A análise dos dados nesse período de um dia nos deu informações de como o estresse reage no organismo durante um determinado tempo. E o que descobrimos é que a forma como as pessoas reagiam a esses estressores pode perdurar no tempo. Isso é um indicativo claro, para nós, que esse estresse continua impactando a pessoa num grande período e é a forma com lidamos com isso que garante ou não uma boa saúde no longo prazo”, afirma David Almeida, um dos autores do artigo publicado no Annals of Behavorial Medicine.
Essas reações podem durar até mesmo anos, afirmam a equipe de Almeida. “Analisando os dados de 8 dias consecutivos de reações a um estressor conseguimos capturar um padrão pessoal de reação aos estressores. Com isso extrapolamos esses dados, cruzando-os com informações sobre sua saúde, tipo de ambiente onde viviam e trabalhavam e doenças crônicas”, explica o pesquisador.
A partir disso os autores chegaram a dois tipos iniciais básicos de reações ao estresse. Pessoas que não conseguiam se livrar das experiências negativas e estressantes mesmo após o final de um dia, e outras que simplesmente não davam tanta atenção ao evento estressante após algum tempo.
“Pessoas mais velhas também tendem a serem mais estressadas, e quanto menor o nível de escolaridade, mais tempo esses indivíduos ficam remoendo as emoções negativas, pois afirmam ter menos controle dos resultados desses problemas diários”, aponta Almeida.
No caso da idade, explica, quanto mais idoso o indivíduo menor a habilidade de lidar com os estressores. “Idosos têm menos situações estressantes para lidar com o tempo – não estão no ambiente de trabalho por exemplo – e acabam ficando mais destreinados com eventos negativos”, diz. Já o maior nível de escolaridade dá maior sensação de que é possível contornar a situação e ela deixa de ser um problema no longo prazo.
“O grande segredo de proteger a saúde contra os efeitos danosos do estresse é realmente aprender a lidar com essas emoções e situações. Não há uma única solução, mas a ideia é que nossa pesquisa ajude a desenvolver técnicas e estratégias para diminuir esse impacto do estresse diário e evitar que nossa saúde se comprometa ao longo dos anos”, finaliza.
por Enio Rodrigo