segunda-feira, 21 de janeiro de 2013



A taxa de casamentos dos EUA está caindo e a taxa de filhos nascidos de pais não casados disparou

Uma pesquisa feita pelo instituo Pew em 2010 mostrou que 61% dos adultos que nunca se casaram desejam se casar; apenas 12% não gostariam. Uma pesquisa feita com estudantes do último ano do ensino médio em 2006 revelou que 81% destes esperavam se casar, e 90% destes esperavam permanecer casados com a mesma pessoa por toda a vida. São vários os reality shows de TV relacionados ao tema do casamento.

Ainda assim, em dezembro de 2011, apenas 51% de todos os adultos americanos estavam casados e 28% nunca se casaram, uma baixa em relação às proporções respectivas de 72% e 15% em 1960. A idade mediana daqueles que se casam pela primeira vez se encontra no nível mais alto da história (o que pode fazer com que a redução da taxa de casamento pareça ainda mais aguda do que de fato é: algumas pessoas estão postergando o casamento em vez de recusá-lo completamente). Independentemente de quão grande seja o declínio geral da taxa, este não se distribui igualitariamente: as taxas de casamento são mais altas, e o número de filhos nascidos de pais solteiros são mais baixos entre americanos mais ricos e mais bem educados. A maioria dos brancos (55%) e minorias de hispânicos (48%) e negros (31%) estão casados, a maioria das pessoas de todas essas três raças estava casada em 1960.

Se o casamento afetasse apenas as duas pessoas que escolheram (ou não) se casar, seria mais fácil ignorar a queda das taxas de casamento. Mas junto a isso vem um aumento da taxa de crianças nascidas de pais solteiros. Em 2010, 40,8% de todos os nascimentos coube a mães não casadas. Entre hispânicos, este número foi de 53%, e, entre negros, 73%. Em 1965, Daniel Patrick Moynihan, posteriormente um senador democrata pelo estado de Nova York, tentou promover uma intervenção federal de emergência para auxiliar “no estabelecimento de uma estrutura estável da família negra”, e a justificou em parte com uma taxa de crianças nascidas de pais solteiros de 23,6% entre os negros – metade do que é hoje.

Com nascimentos ilegítimos vêm lares de apenas um pai, nos quais viviam 35% de todas as crianças americanas em 2011. Crianças educadas em tais lares se saem muito pior que crianças criadas por pais casados em uma série de parâmetros acadêmicos e emocionais, como a delinquência juvenil e a evasão escolar. A taxa de pobreza em famílias de mães solteiras é mais de cinco vezes maior que no caso de famílias de pais casados. Quase 71% das famílias pobres não contam com pais casados. E crianças criadas em uma situação de pobreza tendem elas mesmas a se tornarem adultos pobres.

A taxa de crianças nascidas de pais solteiros (e taxas de divórcio) é muito mais baixa, e a taxa de casamento muito mais alta, entre os mais ricos e mais educados. Não surpreende que muitas pessoas apoiem a promoção do casamento não por razões morais ou culturais, mas sim por razões econômicas – como um modo de reduzir a desigualdade – ou pelo menos reduzir seu aumento.


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