sábado, 16 de fevereiro de 2013


Síria: ONU alerta sobre violência sexual e contra jornalistas

Menina carrega água em uma rua de Aleppo, na Síria. Foto: UNICEF/Romenzi.Uma funcionária das Nações Unidas fez um apelo nesta sexta-feira (15) a todas as partes no conflito da Síria para que cessem imediatamente todas as formas de violência sexual, além de pedir a libertação de mulheres e crianças sequestradas.
“O povo da Síria continua a sofrer muito. Civis já capturados em um ciclo vicioso de violência também são alvo de violência sexual por parte de todas as partes no conflito”, disse a Representante Especial do Secretário-Geral sobre Violência Sexual em Conflitos, Zainab Hawa Bangura, em um comunicado.
Ela disse que as alegações de sequestro e estupro de mulheres e meninas na Síria por grupos armados têm sido recebidas pela ONU. Em um caso na última quinta-feira (14), um grupo armado no noroeste da Síria teria sequestrado um ônibus com pelo menos 40 civis, a maioria mulheres e crianças.
Representante Especial sobre Violência Sexual em Conflitos, Zainab Bangura. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré.“Estou profundamente preocupada com o bem-estar dessas mulheres e crianças, e gostaria de lembrar que o grupo armado responsável por este rapto que atos de violência sexual não serão tolerados”, afirmou Bangura.
“O grupo armado deve liberar essas mulheres e crianças, sem demora, e deve emitir ordens claras contra a violência sexual através da sua respectiva cadeia de comando, responsabilizando os autores de violência sexual.”
Ela apelou a todas as partes envolvidas no conflito para que cessem imediatamente todas as formas de violência, incluindo a violência sexual, permitindo também o acesso a tratamento médico e psicológico necessário para os sobreviventes na Síria, bem como nos países vizinhos.
Ela também lembrou às autoridades sírias de sua responsabilidade primordial de prevenir quaisquer atos de violência sexual contra mulheres, crianças e homens, e de garantir a responsabilização por tais crimes.
Funcionários da ONU advertiram que a violência indiscriminada e contínua na Síria está piorando a situação em relação aos direitos humanos de civis.
No início desta semana, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que “a violência sexual é generalizada” no conflito de quase dois anos entre o presidente Bashar al-Assad e a oposição. No total, cerca de 70 mil pessoas – a maioria civis – já morreram, com outras quatro milhões de pessoas necessitando de assistência humanitária imediata.

UNESCO emite alerta sobre morte de jornalista


Diretor-Geral da UNESCO, Irina Bokova. Foto: UNESCO/Dov Lynch.A chefe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) expressou na quinta-feira (14) preocupação sobre notícias recentes de que o jornalista sírio Mostafa Ayham Ghazzoul morreu na prisão em novembro de 2012.
De acordo com organizações internacionais de liberdade de expressão, Ghazzoul morreu com ferimentos obtidos sob tortura. Ele era colaborador do Centro de Mídia e Liberdade de Expressão, cuja sede fica em Damasco, capital síria. Ghazzoul, que tinha 26 anos e era estudante de pós-graduação, morreu na sede da inteligência da força aérea, quatro dias depois de sua prisão.
“É importante que uma luz seja lançada sobre as circunstâncias deste trágico incidente, e que todas as partes em conflito na Síria respeitem o estado civil de todos os jornalistas e seu direito à liberdade de expressão”, disse a Diretor-Geral da UNESCO, Irina Bokova.
Segundo a organização não governamental Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as condições para a imprensa se deterioram severamente desde que teve início a revolta contra al-Assad, em 2011.
A organização apresentou a sua avaliação anual do estado da liberdade de imprensa em todo o mundo em uma conferência de imprensa na sede da ONU em Nova York na semana passada, classificando a Síria como o país mais perigoso do mundo para a imprensa em 2012.
O CPJ disse que, embora muitas das mortes tenham ocorrido nas mãos de forças do governo, numerosos ataques contra jornalistas ou meios de comunicação vistos como pró-governo foram atribuídos a forças rebeldes.

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