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segunda-feira, 15 de abril de 2013


Atraídos pelo agito e pela multidão

JAIRO BOUER

JAIRO BOUER é médico formado pela USP, com residência em psiquiatria. Trabalha com comunicação e saúde. E-mail: jbouer@edglobo.com.br (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)
JAIRO BOUER
é médico formado pela USP, com residência em psiquiatria. Trabalha com comunicação e saúde. E-mail: jbouer@edglobo.com.br (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)
Desde que o mundo ocidental passou pela revolução industrial e a transição entre a infância e a vida adulta se consolidou na forma de adolescência, a noção de que é fundamental se divertir nessa fase da vida ganhou espaço. Nesse momento em que o indivíduo já tem autonomia, mas ainda não tem de responder às exigências da vida adulta, diversão, festa e balada são elementos tão importantes quanto estudo, trabalho, namoro e sexo. 
Não dá para imaginar o jovem contemporâneo separado de seu grupo em momentos de festa. Já era assim há 40 anos. Como tudo no mundo, as baladas ganharam tecnologia, marketing e escala. Estão enormes. Shows gigantescos, festivais que duram dias, casas noturnas com capacidade inimaginável antes são extremamente atraentes e sedutores para quem quer ver, ser visto e, acima de tudo, para quem quer se divertir. Impedir o jovem de viver esses momentos é tornar a vida dele mais insípida e chata.
Boa parte das campanhas de prevenção dirigidas aos jovens esbarra justamente nesse detalhe fundamental. Como trabalhar cuidado e responsabilidade no momento em que os botões da razão são desligados em detrimento da alegria, do prazer e da diversão? Como falar de camisinha, consumo moderado de bebida ou redução de danos no uso de drogas, quando as emoções é que dão o tom do momento?
Exatamente por isso se espera que os locais que se propõem a oferecer estrutura de lazer para abrigar esses jovens (sob a supervisão de adultos mais experientes, responsáveis e maduros) possam oferecer segurança e tranquilidade.
Infelizmente, a realidade está bem longe de ser assim. Casas superlotadas, com poucas saídas e rotas de fuga, vigiadas por seguranças truculentos e mal preparados para lidar com o público (ainda mais em situações de emergência) são situações extremamente comuns.
Não adianta imaginar que esse cenário vá afugentar os jovens. “Para onde eu vou hoje?” É lógico que é para a festa que terá mais gente, melhor música e mais bebida. A tendência de se agregar nesse momento é absolutamente natural. Quem quer ir para um lugar mais calmo e tranquilo é adulto. Jovem quer multidão.
Enquanto jovem for jovem, festa e diversão continuarão a ser o ponto fora da curva de uma rotina de trabalho e estudo. Que bom que seja assim. Sem isso, a vida ficaria enfadonha. É papel dos estabelecimentos que promovem esses eventos e dos órgãos de fiscalização garantirem que essas ocasiões sejam cercadas de cuidado e respeito com a vida de todos.  

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