Taxistas de Curitiba divulgam Ligue 180 em frota de 1.800 veículos
Em reunião, representantes de empresas de táxi conferem arte de peças da campanha Foto: Secretaria da Mulher/Curitiba
Campanha desenvolvida pela prefeitura, em parceria com motoristas de táxi, pretende enfrentar a violência contra as mulheres e proteger crianças e adolescentes vítimas de abusos e exploração sexual. Automóveis transportam, em média, dois milhões de pessoas por mês
Com a Secretaria da Mulher de Curitiba
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), está sendo divulgada por seis operadoras de rádio táxi de Curitiba. Elas concentram 1.800 dos 2.256 veículos em circulação na capital paranaense e transportam quase dois milhões de pessoas por mês.
Liderada pela Secretaria da Mulher e da Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba, a campanha de enfrentamento à violência contra as mulheres e de proteção às crianças e adolescentes contra o abuso e a exploração sexual se iniciou no início deste mês, mas a prefeitura pretende desenvolvê-la e ampliá-la ao longo do ano.
Destinada a passageiras e passageiros de táxi, a ação leva informações sobre os crimes e orientações sobre como identificar os sinais de violência. E divulga os canais de denúncia - Ligue 180, da SPM; Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; e telefone 156, da Prefeitura de Curitiba - em recibos de corridas de táxi, cartões de visita, encosto de assentos, adesivos fixados nos automóveis e em chamada de espera nos atendimentos telefônicos feitos pelas centrais de táxi.
Para a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, da SPM, Aparecida Gonçalves, a ação é inovadora por ampliar a consciência na sociedade curitibana e insere mais um setor importante, como o composto por motoristas de táxi, em práticas de apoio a mulheres e crianças vítimas de violência. “O enfrentamento à violência deve fazer parte da vida diária de uma cidade e nada melhor que os transportes, meios essenciais para a circulação das pessoas, se associarem à causa e difundir mensagens de direitos”, considera Aparecida Gonçalves.
Ato público de conscientização – No Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio, os taxistas das seis associações farão buzinaço, em sinal de alerta e de adesão ao movimento. A data marca o assassinato da menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, em Vitória, no Espírito Santo, há 40 anos. Na época, ela tinha oito anos de idade. Por meio da Lei nº 9.970/2000, foi colocado o dia da morte da menina no calendário oficial do Brasil com a finalidade de conscientizar as autoridades e a sociedade sobre a gravidade dos crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes e instituir mecanismos de proteção.
Responsável pela articulação, a Secretaria da Mulher de Curitiba considera a complexidade da violência e a expectativa da mobilização da população. “A parceria parte do conhecimento de que por trás de uma criança, vítima de abusos, há uma mulher agredida, uma família desestruturada pela violência”, afirma a secretária da Mulher, Roseli Isidoro. Acrescentou que, com o apoio dos taxistas, “nossa campanha vai dar certo. Esses profissionais são formadores de opinião, são o termômetro da cidade e têm um grande poder mobilizador”.
Compromisso social das centrais de táxi - “Além da importância social da divulgação de uma campanha como essa, o taxista fica lisonjeado de participar e de auxiliar a cidade a combater uma violência tão cruel contra as crianças”, diz o presidente da Associação das Centrais de Rádio Táxi de Curitiba, Edson Fernandes. “Quando a campanha é bem direcionada, ela dá certo. Vamos cobrar resultados e não deixar cair no esquecimento ao longo do tempo, pois a causa é justa”, argumenta o presidente de uma das centrais envolvidas, Luiz Carlos Kubitzki.
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