terça-feira, 11 de junho de 2013


Após derrotas na Justiça, governo Obama muda política e desiste de limitar venda do contraceptivo, o que deve despertar críticas de grupos conservadores

Pílula do dia seguinte
Pílula do dia seguinte (SPL/SPL RF/Latinstock)
O governo do presidente Barack Obama afirmou nesta segunda-feira que cumprirá a recente decisão de um juiz e permitirá a venda da pílula do dia seguinte para meninas de qualquer idade, suspendendo sua tentativa de restringir a comercialização do medicamento que, atualmente, só pode ser adquirido sem receita a partir dos 15 anos. Trata-se de uma importante mudança na política de saúde do governo americano, que vinha enfrentando há mais de dez anos uma batalha judicial para manter o acesso à pílula restrito.
O governo Obama, como os anteriores, rejeitava a venda indiscriminada da pílula devido ao risco social e à saúde, com o argumento de que a liberação poderia resultar no aumento do número de abortos e deixar as meninas livres para decidirem sobre sua vida sexual sem a assisitência de parentes e de um médico. A medida foi recebida com entusiasmo por grupos de defesa dos direitos das mulheres, mas deve ser criticada por setores conservadores que ao longo dos anos pressionaram o governo a manter a restrição. 
Justiça – A ordem judicial para liberar a venda a qualquer mulher, incluindo adolescentes – que poderão comprar a pílula em uma farmácia sem a necessidade de receita médica – é o capítulo mais recente de uma série de decisões no sentido de ampliar o acesso ao medicamento. Em março deste ano, a FDA, a agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, autorizou a venda a partir dos 15 anos. Em 2011, o órgão havia proibido a compra livre para menores de 17 anos de idade — proibição que, em 5 de abril, foi anulada por um juiz de Nova York. 
Em uma carta enviada ao juiz Edward Korman nesta segunda-feira, o governo Obama informa que a FDA "solicitou ao fabricante da (pílula) Plan B One-Step (PBOS) o envio de um pedido suplementar para a aprovação do medicamento sem qualquer restrição" de venda. "Assim que a FDA receber a solicitação complementar, será aprovada rapidamente", diz o texto. Segundo analistas, o Departamento de Justiça dos EUA decidiu não entrar mais com apelações no caso porque as sucessivas derrotas poderiam levar o tema para a Suprema Corte, onde o debate sobre a questão aumentaria o risco de prejuízos para a imagem do governo. 
Os anticonceptivos conhecidos como pílula do dia seguinte são  baseados no levonorgestrel e têm os mesmos princípios ativos que os anticoncepcionais comuns, mas em doses mais altas, que podem evitar a gravidez mesmo se ingeridos 72 horas após a relação sexual.

Saiba mais sobre a pílula do dia seguinte


Como funciona a pílula do dia seguinte?

A pílula do dia seguinte pode reduzir as chances de gravidez se ingerida até 72 horas. Normalmente, é utilizada em três situações: falta de proteção durante a relação sexual, acidente ou violência sexual. Se a pílula for utilizada antes da ovulação, haverá um atraso da ovulação. Se for utilizada no dia da ovulação, ela vai atrapalhar a segunda fase do ciclo, evitando a fecundação.

Ela pode ser considerada abortiva?

Do ponto de vista médico, o contraceptivo de emergência não é considerado um medicamento abortivo. Ele interrompe o processo de fecundação.

A partir de que idade é indicada?

Não há nenhum tipo de contraindicação específica do uso de contracepção de emergência por adolescentes. Nenhuma pesquisa comprovou que ele seja menos eficaz ou que faça algum efeito diferente do que faz em mulheres adultas.Portanto, ele pode ser utilizado a partir do início da atividade sexual.

Quais são os efeitos colaterais?

Entre os efeitos colaterais mais comuns da pílula do dia seguinte estão dor de cabeça, inchaço, náuseas e vômitos.

(Com agência France-Presse)
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/eua-liberam-pilula-do-dia-seguinte-para-qualquer-idade

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