quinta-feira, 6 de junho de 2013

Número de cirurgias plásticas no Afeganistão cresce nos últimos 2 anos

por Igor Zahir

Cabul, capital do Afeganistão, tem um centro cirúrgico desde 2011 com preços mais acessíveis do que lugares como Brasil e Estados Unidos. Lá, mulheres - e também homens - se submetem a intervenções estéticas e quebram os tabus que envolvem a vaidade no país

PARA AS AFEGÃS QUE SOFREM OPRESSÃO DO GRUPO TALEBAN, A BURCA AINDA É A MELHOR SOLUÇÃO PARA QUE ELAS POSSAM ESCONDER OS RESULTADOS DAS CIRURGIAS ESTÉTICAS (Foto: Getty Images)
PARA AS AFEGÃS QUE SOFREM OPRESSÃO 
DO GRUPO TALEBAN, A BURCA AINDA É 
A MELHOR SOLUÇÃO PARA QUE ELAS POSSAM 
ESCONDER OS RESULTADOS DAS CIRURGIAS 
ESTÉTICAS (FOTO: GETTY IMAGES)
A sociedade afegã está se transformando. Como disse a atleta Shannon Galpinque luta pelos direitos das cidadãs andarem de bike, em entrevista à Marie Claire, as mulheres têm dado grandes passos. Agora, mais uma novidade é destaque no feminismo do país. Em Cabul, a Clínica de Cirurgia Hamkar, especializada em cirurgia plástica e estética, ganha mais destaque. Desde 2011, não só mulheres, como também homens, recorrem aos procedimentos disponíveis na clínica, como rinoplastia, abdominoplastia, elevação de pálpebras e mamas e lipoaspiração.

"As pessoas querem estar bonitas como as de outros lugares. Estamos muito ocupados, mal conseguimos acompanhar a demanda", explicou o Dr. Daud Nazari, um dos cirurgiões da clínica, em entrevista a Marie Claire australiana. "Algumas pessoas economizam seus salários durante meses para modificar tudo o que lhes incomoda em sua aparência fixa", complementou. Os custos das intervenções são baixos se comparados aos Estados Unidos e também ao Brasil: cerca de 450 dólares (R$ 910) por uma plástica no nariz e 350 dólares(cerca de R$ 700) por uma no abdômen.

“Elas querem olhos grandes e narizes altos como seus ídolos de Bollywood. É uma cultura muito complexa, mas as mulheres têm grande orgulho de sua aparência. Uma delas queria o nariz de Angelina Jolie”, disse Leslie Knott, cineasta que clica as pacientes da clínica desde sua inauguração.

"Durante anos, a cirurgia no Afeganistão foi focada principalmente na reparação de feridas de guerra - enxertos de pele em queimaduras e cicatrizes, costura de pontos nos dedos e orelhas, e fixação de próteses nos membros amputados. Apesar das moradoras da capital não sofrerem agressões do grupo Taliban, que condena qualquer tipo de vaidade feminina, algumas que cruzam a fronteira de risco cobrem os resultados com a burca.

Para Nazari, além da evolução no sistema de cirurgia do país, a Clínica de Hamkar é também um grande passo no domínio das mulheres sob o próprio corpo. "Durante muito tempo, as afegãs foram informadas sobre o que vestir, como olhar, como agir. Esta é uma maneira de expressarem sua liberdade e individualidade.

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