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sábado, 14 de setembro de 2013

Índia: após condenação, ativistas pedem medidas para combater crimes contra mulheres - Internacional - Notícia - VEJA.com

Investimentos em segurança e educação são necessários para inibir abusos

Mnifestantes gritam após a condenação de quatro homens pelo estupro e assassinato de uma estudante indiana em um ônibus em dezembro passado. A condenação provocou aplausos dentro do tribunal de Saket em Nova Delhi, na Índia
Manifestantes comemoram condenação na Índia
 (Manan Vatsyayana/AFP)
pena de morte anunciada nesta sexta-feira para quatro dos seis envolvidos no estupro coletivo de uma jovem estudante de fisioterapia na Índia não acaba com os problemas enfrentados pelas mulheres no país, alertaram ativistas. Familiares da vítima, políticos, celebridades de Bollywood e as pessoas nas ruas e nas redes sociais aprovaram a condenação. Mas grupos de direitos humanos e feministas demonstraram preocupação.

“Mandar esses quatro homens para a forca não trará nada a não ser vingança de curto efeito”, disse a diretora da Anistia Internacional Índia, Tara Rao. “A raiva disseminada relacionada a esse caso é compreensível, mas as autoridades devem evitar o uso da pena de morte como uma solução rápida. Não há indícios de que a pena de morte funcione como meio de intimidação contra o crime. Isso não vai erradicar a violência contra a mulher na Índia”. A entidade defende o aumento do número de tribunais, juízes e promotores, a sensibilização da polícia para os crimes de gênero e o aumento da segurança nas ruas como medidas essenciais para solucionar a questão.

Outras organizações do país afirmaram que o combate à violência contra a mulher precisa incluir campanhas educacionais. Processos envolvendo abusos contra mulheres aumentaram no país, destacou Kiran Bedi, ativista de direitos humanos e ex-policial indiana. Mas ainda sera necessária muita ênfase nos ambientes familiar e escolar para resolver o problema a longo prazo, completou. “Não se pode começar com a política e terminar com o processo e os tribunais. É preciso voltar e analisar a fonte do problema”, disse à rede americana CNN.

A ONU pediu que a Índia realize “uma aproximação mais compreensiva” em relação ao problema. “Leis não resolvem por si só. A implementação é importante, assim como uma mudança de mentalidade”, afirmou um comunicado divulgado pelo braço da organização voltado para a igualdade de gênero.

Kavita Krishnan, da organização All India Progressive Women's Association, afirmou ao jornal britânico The Guardian que o momento é de reflexão sobre o caso. “Não é um momento de celebração, apesar de a raiva ser compreensível. É um momento de relembrar a vítima e todas as outras que não receberam justiça.”

Jyoti Singh Pandey foi atacada em um ônibus na capital Nova Délhi quando voltava do cinema com um amigo, no dia 16 de dezembro do ano passado. Espancada, ela não resistiu aos ferimentos e morreu dias depois no hospital. O crime levou a protestos em todo o país e o julgamento foi realizado em um tribunal especial para acelerar o procedimento. Ao anunciar a sentença, o juiz Yogesh Khana disse que o crime “chocou a consciência coletiva” do país. Acrescentou que o tribunal “não poderia fechar os olhos para esse ato horrível”. Os advogados de defesa anunciaram que vão recorrer.

A advogada constitucionalista Karuna Nundy disse que dados da polícia de Nova Délhi indicam que, apenas neste ano, foram registradas 1.036 denúncias de estupro até o mês de agosto, em comparação com 433 no mesmo período do ano passado. Para ela, o aumento no número de registros mostra que as mulheres estão tendo mais coragem para denunciar. “Tudo isso é muito novo e algumas dessas mudanças são dramáticas”, disse ao jornal The Washington Post. “É um começo”.

(Com agência Reuters)
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/india-apos-condenacao-ativistas-pedem-medidas-para-combater-crimes-contra-mulheres

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