sábado, 12 de outubro de 2013

Síndrome do Sapatinho de Cristal.

Nova síndrome atinge mulheres pós-30.

Trata-se de um novo fenômeno que tem se tornado comum entre as mulheres acima dos 30 e poucos. Consiste em abandonar o “príncipe” logo após o baile. Sumir, desaparecer, escafeder-se subitamente depois da grande dança. A moça acometida por esse mal sobe em sua carruagem, liga o piloto de fuga e se pirulita de cena. Não dá chance alguma para um “boa noite, Cinderela” e muito menos para um “bom dia, princesa”. Não se engane, este não é um conto de fadas. Poderia até vir a ser, mas a pobrezinha nunca saberá, afinal, ela sofre da Síndrome do Sapatinho de Cristal.

Ao que me consta (me contaram, tá, gente?), o transtorno se assemelha a um ataque de pânico generalizado que faz com que a portadora da síndrome fuja antes de virar a gata borralheira e muito antes, mas muito antes mesmo do príncipe virar sapo e, a partir daí, não há foda-madrinha-dadivosa alguma que desfaça o desencanto. A moça mal se veste, já corre pra longe, sem medo de perder uma calcinha ou um sapato pelo caminho e sem a consciência de que pode estar perdendo uma boa oportunidade de ser feliz, pelo menos até a página 2. A doida some no meio da página 1. Fica difícil.

Ouvi casos extremos nos quais a moça simplesmente deixa de ir ao baile por falta de vontade. Não precisa nem de madrasta ou irmã invejosa pra esconder o convite não, viu? Ela não vai porque sabe que ali a valsa vai ser boa demais pra ser verdade e já quebrou muito saltinho de cristal dançando em vão. 

Mas por que isso ocorre? Perguntando para amigas e amigas de amigas descobri que nessa fase do desencanto, apesar de ninguém mais acreditar nas tão manjadas fábulas, fragmentos de várias delas agem em nosso (ops!) inconsciente podendo desencadear a síndrome:

1- Espelho, espelho meu - a moça não quer ser vista à luz do dia, com a maquiagem e o coração derretidos. 

2- A bela Adormecida- ela ronca e fica com vergonha do vexame.

3-  Loucura de Alice - o mais citado dos motivos - calejada, cansada de tentar bancar a princesa que nunca foi, mas já sendo, imagina o que virá depois daquele primeiro baile. É involuntário, ela simplesmente imagina que outras danças poderão vir, ou não, e que ela pode se envolver, ou não, e ele pode se apaixonar, ou não, e pode haver um grande desencontro e ela não quer isso nunca mais na vida. Resolve encurtar a história e depois da ‘fugidinha com você’ ela foge. Parece estar sempre ouvindo o coelho dizer: “É tarde! É tarde!”  

Seja qual for o motivo, a síndrome é tão perversa que ao menor sinal de encantamento, a moça já encarna a Julia Roberts, não em Uma Linda Mulher, mas em Noiva em Fuga, tamanho o medo de que dê tudo errado, ou pior, que dê tudo certo demais. Boba em fuga, muito boba, porque depois, sofre mais, pensando no que poderia ter sido e não foi. A magia acaba. E história que não acontece não pode ter final feliz.  

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