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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Por que a China está relaxando a sua política de filho único? - Opinião e Notícia

Agora, se uma família for composta por dois pais filhos únicos, eles poderão ter um segundo filho.

Dentre todas as instituições da China contemporânea, a que reflete com mais precisão a determinação do Partido Comunista de controlar a sua população é aquela que o faz literalmente: a política do filho único. Os fiscais do planejamento familiar (a burocracia envolve cerca de 500.000 pessoas hoje em dia) têm sido uma presença intimidante em cidades por toda a China por mais de 30 anos. Agora esses fiscais tratarão de outro tipo de papelada: casais nos quais um dos pais é filho único (em vez dos dois) terão autorização para terem um segundo filho.

A mudança, determinada pelo Comitê Central do Partido Comunista em uma plenária no mês passado, afeta entre 10  e 12 milhões de famílias, e especialistas creem que até a metade delas resolverá aceitar a oferta do partido. As províncias podem implementar a mudança de acordo com os seus próprios cronogramas, mas foram instadas a fazê-lo rapidamente. Mas por que relaxar a política de filho único?

Muitos dizem que isso já devia ter sido feito há muito tempo. Os críticos veem a política do filho único como uma ferramenta arcaica e datada de controle social e um legado dos esforços desastrosos de Mao Tsé-Tung de impor uma nova ordem à sociedade. Os líderes do Partido Comunista sofriam de um temor malthusiano de que as pessoas, caso não fossem controladas, se procriariam com uma rapidez maior que a capacidade de o país alimentar a sua população. Muitos demógrafos, especialistas chineses inclusive, acham que esse temor era descabido. O partido afirma que impediu 400 milhões de nascimentos com a sua política do filho único; muitos demógrafos acham que o número se aproxima mais dos 100 milhões, uma vez que a taxa de natalidade média estava começando a entrar em declínio acentuado antes de a política entrar em vigor em 1980.

No fim, a demografia foi a razão que fez com que os líderes chineses agissem. A taxa de natalidade da China de 1,5 a 1,6 de filhos por mulher fica abaixo da taxa de reposição (de cerca de 2,1), e as taxas de natalidade nas maiores cidades da China, muito abaixo de 1,0, estão entre as menores do mundo. Os custos demográficos estão se tornando dolorosamente evidentes. A força de trabalho chinesa diminui (3,45 milhões em 2012) pela primeira vez em quase 50 anos. Espera-se que a proporção de contribuintes em relação a pensionistas caia de quase cinco para um para pouco mais de dois para um até 2030. A China agora enfrenta um temor populacional diferente do que o que Malthus imaginava: uma sociedade que envelhece rapidamente com poucos jovens para sustentar os seus pais e avós.

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