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sábado, 11 de janeiro de 2014

Barbe-Nicole Ponsardin: a primeira mulher de negócios do século XIX


Aos 27 anos, essa empreendedora deixou de ser Barbe-Nicole para se tornar a Viúva de Clicquot e lançar um negócio que sobrevive até hoje

Agatha Justino

Léon Cogniet (1794 - 1880)
Uma jovem de 27 anos perdeu o marido e, apesar de não ter nenhuma formação e uma filha para criar, assumiu a empresa da família e operou uma transformação na companhia. Em pouco tempo, a marca desenvolveu novos métodos de fabricação, estratégias de marketing e um modelo de negócios agressivo. Quem pensou que essa mulher com o espírito ousado viveu no século XXI, se enganou.
Barbe-Nicole Ponsardin nasceu em 16 de dezembro de 1777 na cidade de Reims, na França, mas seu nome ficou marcado na história como a Veuve* Clicquot ou a “grande dama do Champanhe”. Casada com François Clicquot, Barbe-Nicole era uma esposa diferente das outras. Interessava-se pelo trabalho do marido aprendendo com ele um pouco sobre uvas, fermentação e transporte de mercadorias. Após o falecimento de François, em 1805, ela optou por tomar as rédeas dos negócios. Se antes a companhia dividia-se entre serviços bancários, comércio de lã e fabricação de bebidas, sob o seu comando a empresa focou-se apenas na produção de Champanhe.
Com uma maneira de gerir audaciosa, Barbe-Nicole resolveu focar o seu produto na sociedade burguesa que ascendia após a Revolução Francesa. Ela tornou a bebida popular entre os soldados estrangeiros que lutavam na França e, ao voltarem a seus países de origem, ajudavam a difundir a marca. No ano de 1811 as condições climáticas permitiram uma boa colheita de uvas e, com sua visão empreendedora, a viúva aproveitou a safra para produzir champanhes que só ficariam prontos nos anos seguintes. Quando as guerras napoleônicas acabaram, em 1815, a exportação de vinho saltou de 400 mil litros para cinco milhões. Desafiando o bloqueio continental imposto por Napoleão, ela financiou uma embarcação que venderia mais de 10 mil garrafas na Rússia, o que tornaria o Veuve Clicquot a bebida preferida da aristocracia local.
Obcecada pela inovação, ela desenvolveu uma técnica chamada “table de remuage” que sedimenta impurezas e revelava o brilho do champanhe, um processo utilizado até hoje. Barbe-Nicole se preocupava não apenas com o sabor, mas também com a estética do produto. Para isso, enviava cartas de reclamação aos fornecedores quando as embalagens não seguiam suas exigências.
Participando de cada etapa da comercialização do produto, ela se tornou a primeira mulher de negócios da era moderna e fez do Veuve Clicquot o maior representante da sua categoria. “Chamar a viúva” foi por muito tempo sinônimo de pedir um champanhe nas festas. Celebrações que a própria evitava. Anti-social, uma de suas poucas imagens está cravada, desde 1972, na tampa de metal das garrafas da marca que hoje pertence ao conglomerado de luxo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy).
Madame Clicquot faleceu no dia 29 de julho de 1866 aos 89 anos, sem nunca ter casado novamente. Para lembrar a importância do seu legado, a Maison criou em 1972 o “Prêmio Veuve Clicquot da Mulher de Negócios” que celebra administradoras com o mesmo espírito de liderança que tinha a idealizadora da marca.
*viúva, em francês

Linha do tempo

1777 – Nasce Barbe-Nicole Ponsardin na cidade de Reims
1805 – Assume os negócios, após a morte do marido François Clicquot
1810 – A Madame cria o primeiro champanhe vintage 
1814 – A viúva ignora o bloqueio continental de Napoleão e envia garrafas à Rússia
1816 – Criou a table de remuage responsável por clarificar o vinho
1866 – Morre aos 89 anos em Boursault.
1972 – É criado o “Prêmio Veuve Clicquot da Mulher de Negócios”

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