sábado, 4 de janeiro de 2014

Quem ama o feio bonito lhe parece?

Vivemos numa sociedade que supervaloriza a beleza e pune a feiura

por Claudio Carneiro
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A beleza obedece a um padrão matemático conhecido como proporção áurea
(Reprodução/Internet)
As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental. A frase imortalizada pelo poeta, diplomata e agora centenário Vinícius de Moraes, sempre foi repetida com muito bom humor embora revele uma face cruel do setor cultural.
Vivemos numa sociedade em que a beleza é supervalorizada. Eis o motivo de tantas dietas, botox, alisamentos, cirurgias plásticas, semanas da moda e do sucesso de grifes famosas que têm o charme, o glamour e a perfeição estética como marca registrada.
A beleza obedece a um padrão matemático de beleza conhecido como proporção áurea. Tiago Lacerda e Caio Castro têm no rosto números muito próximos desta proporção, diferente de Ronaldinho ou Fernando Caruso que estão a quilômetros de distância.
O fascinante mundo da beleza tem o número 1,618 como referência. Para simplificar: o cartão de plástico que lhe dá poder de compra, por exemplo, obedece à proporção 1 x 1,618. Tudo para torná-lo mais atraente. Ao consumo, certamente. A mesma proporção está no seu televisor: basta pegar a fita métrica. Diversas marcas famosas: Apple, Toyota, Nissan e Hyundai também obedecem a mesma proporção, presente também nas formas perfeitas da natureza, como conchas e colmeias.
Todo esse mistério começa com uma sequência numérica (0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144…) que ruma ao infinito. É a sequência de Fibonacci – matemático italiano que viveu no século XIII.  O assunto foi amplamente debatido no livro “O Código Da Vinci”. Dois números somados resultam no próximo. Esse é o segredo da beleza. O número maior dividido por seu antecessor chegará bem perto de 1,618. 144 dividido por 89, por exemplo, é igual a 1,6179.
A mesma proporção está presente nos membros superiores (na relação de tamanho entre o braço e o antebraço, por exemplo), inferiores, nas mãos e no rosto. Tudo procura perseguir a medida da beleza. Da Vinci conhecia bem a proporção áurea. Ele usou as medidas para pintar a Santa Ceia, o Homem Vitruviano e a Monalisa. O projeto de construção do Parthenon, na Grécia antiga, também obedeceu às mesmas medidas.
Brad Pitt, por exemplo, tem um bom motivo para ser esteticamente perfeito: ele simplesmente tem as medidas do rosto bem mais próximas da proporção correta que os simples mortais. Ele é avaliado por especialistas no assunto com a nota 9,3 enquanto Angelina Jolie fica com 8,6.
Nas telenovelas da Globo, por exemplo, existe um padrão de que os maus vestem roupas escuras – como Danielle Winits, Mateus Solano, Vanessa Giácomo e Fernanda Machado -  ou são maquiados para “perder” beleza, enquanto que os bonzinhos da trama, Anderson Di Rizzi, Tatá Werneck e Paola Oliveira usam roupas claras e coloridas – sendo que esta última fica mais linda a cada capítulo.
No desenho animado “Frozen – Uma Aventura Congelante”, a personagem principal, Anna, quase vive um triângulo amoroso com dois jovens rapazes: um bonitinho e simpático e outro belíssimo e vigoroso. Logo descobre que o primeiro é um vilão sem escrúpulos. Ela se casa com o segundo e vivem felizes para sempre. Aliás, existe um desenho animado da Disney sobre a proporção áurea. Não deixe de ver abaixo.
Por outro lado, a feiura é cruelmente combatida e criticada. Até mesmo o erotismo é proibido aos feios. O mundo não perdoou quando se tornou pública uma conversa tórrida e íntima entre o feio príncipe Charles e a nada bela Camilla Parker Bowles. Ele disse por telefone que gostaria de ser o absorvente íntimo da amante. Em outro contexto, se isso fosse dito para a princesa Diana ou numa conversa entre Brad Pitt e Angelina Jolie, o mundo certamente sentiria um frenesi.

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