sábado, 11 de janeiro de 2014

Violência doméstica é cada vez mais denunciada por mulheres, em Goiânia

Nos primeiros dias do ano, delegacia já registrou 47 boletins de ocorrência.
Para delegada, denúncias impactam diretamente na prevenção do crime.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera


Dados da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Goiânia apontam que a mulheres vêm denunciando cada vez mais agressões e ameaças sofridas por elas. Segundo a delegada titular da Deam, Ana Elisa Gomes Martins, desde o primeiro dia do ano até esta quinta-feira (9), já foram registrados oito boletins de ocorrência por lesão corporal e 39 por ameaças. Em balanço do ano passado, foram registrados 46 boletins de ocorrência por lesão corporal e 178 por ameaças.
Dentre os casos mais graves que chegaram à delegacia, está o da operadora de caixa Mara Rúbia Guimarães, que foi torturada e teve os olhos perfurados pelo ex-marido, em agosto de 2013. De acordo com Ana Elisa Martins, felizmente, crimes muito violentos como esse são menos registrados. “Esses casos muito graves, de extrema comoção, são raros. Claro que a gente, desde que aconteça, isso nos entristece muito e a gente tem que trabalhar para evitá-los”, afirma.
Para a delegada, o aumento no número de denúncias impacta diretamente na prevenção desse tipo de crime, que reduz os números de agressões. “A gente sente uma diminuição que vem ocorrendo em Goiânia ano a ano e isso se deve realmente ao trabalho de conscientização da população e com certeza ao trabalho preventivo e repressivo da polícia. As pessoas estão sendo presas pela prática de crimes contra mulheres”, afirma.
Ainda assim, muitas mulheres deixam de denunciar as ameaças, o que pode terminar em casos como a estudante goiana Maria Divina Pereira Barbosa Monteiro, de 30 anos, encontrada morta ao lado do ex-marido, em Tocantins. Ele é o principal suspeito do crime. Para a titular da Deam, que investigava o suposto desaparecimento da mulher, familiares contaram que Raimundo nunca aceitou a separação. Apesar das constantes ameaças de morte, a mulher nunca registrou ocorrência policial contra o ex.
“Isso se deve a uma soma de elementos. Mulheres que são muito dependentes de seus maridos, mulheres que acham que não vão encontrar outros companheiros, que são dependentes afetivamente, o próprio medo de denunciar, muitas vezes ela pensar que pode sofrer represálias. São situações que podem realmente intimidar, inibir a mulher a procurar as autoridades”, alerta Ana Elisa Martins.

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