![](http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2014/02/04/140204111346_yara_fowler_144x81_bbc_nocredit.jpg)
Yara Rodrigues Fowler
estudante, Universidade de Oxford
Nesses meus quase quatro anos na Universidade de Oxford, assisti e participei do que vem sendo chamado de repopularização do feminismo.
Temos discussões e eventos quase diariamente, revistas, blogs e até DJs feministas. Esse movimento, no entanto, foi criticado recentemente - e a crítica tinha razão - por ser exclusivo demais.
Ele não representava a experiência das mulheres que não faziam parte da elite branca, heterossexual e de classe média, o que acabava reproduzindo o sistema que oprime quem está fora desse clube.
A internet amplificou as vozes críticas. As tags #solidarityisforwhitewomen ("solidariedade é só para mulheres brancas"), e #lifeofamuslimfeminist ("vida de uma feminista muçulmana") se espalharam pelo Twitter.
A crítica já começa a surtir efeito. Em janeiro, foram fundados os primeiros grupos feministas para mulheres negras estudando em Oxford, por exemplo.
![](http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2014/02/14/140214144557_zaira_pires_304x304_yararodriguesfowler_nocredit.jpg)
Zaíra Pires, cofundadora do site Blogueiras Negras
Para entender essa tendência no Brasil, eu entrevistei Zaíra Pires, cofundadora do site CliqueBlogueiras Negras.
No site, experiências e opiniões diversas mostram que a vertente mais democrática do feminismo também está viva no Brasil.
Quem entrar ali encontrará depoimentos emocionantes, como o de Dulci Lima sobre o papel que sua mãe teve em sua consciência racial e como foi crescer como uma menina negra durante o apogeu do Xou da Xuxa. Leia Cliqueaqui.
Ou o Cliqueinteressante texto de Charô Nunes intitulado "Deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata", com cinco elogios racistas que mulheres negras frequentemente ouvem.
E, mais especificamente sobre o tema deste blog, o texto de Márcia Vasconcelos sobre o que poderia ser chamado de racismo do feminismo tradicional. Leia Cliqueaqui.
Zaíra me explicou que o feminismo no Brasil também está mudando substancialmente. Atinge "mais pessoas, mais mulheres, se torna mais palatável, mais divertido e muito mais efetivo, uma vez que muito mais mulheres e homens têm a oportunidade de conhecer suas teorias".
Zaíra credita as mudanças em parte ao poder da internet. "Blogs e redes sociais são plataformas poderosas", disse. Aprendi muito com o site Blogueiras Negras nesta viagem ao Brasil.
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