quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Londrina terá “Botão” contra violência doméstica

Cidade é a primeira no Estado que vai contar com o serviço


As mulheres que se sentem ameaçadas por ex-maridos, namorados ou companheiros contarão com um mecanismo importante de proteção: o “Botão do Pânico”. Acionado pela vítima ele aponta o local... O objetivo é reduzir os altos índices de violência doméstica contra mulheres. A expectativa é de que o serviço entre em funcionamento no mês de março em Londrina, que será a primeira cidade do Paraná a ter o dispositivo.


A desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, Denise Kruger, esteve com o prefeito Alexandre Kireeff, a juíza da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e de Crimes Contra a Criança e Adolescente, Vara Maria da Penha de Londrina, Zilda Romero, e a secretária de Políticas Para Mulheres, Sônia Medeiros, para conversar sobre a implantação do serviço.


Kruger elogiou a postura da Prefeitura. “Londrina aceitou prontamente nossa proposta de implantar o Botão do Pânico. Tem tido firmeza e ações importantes no combate à violência. Agora é articular todos os serviços de segurança, como a Guarda Municipal e a Polícia Militar, para que o atendimento seja prestado da melhor forma. É um projeto piloto no Paraná que tem tudo para dar certo e ser expandido.”


Zilda Romero comemorou mais um mecanismo de defesa. “Temos na comarca de Londrina 1.600 mulheres com medidas protetivas. O Botão em um canal direto de comunicação com a segurança e mais uma forma de proteção às vítimas, que vem para com o propósito de evitar a violência e grandes danos.”


Sônia Medeiros explicou que a nova ferramenta representa um grande avanço no combate à violência contra mulheres. “Temos progredido, conquistas como a Lei Maria da Penha, por exemplo, devem ser comemoradas, mas não basta. As quedas nos índices de violência contra a mulher são muito pequenas. Esse mecanismo é essencial para inibir o agressor e dar mais segurança às mulheres.”


A secretária ainda lembrou que Londrina tem um órgão que cuida das políticas para mulheres a mais de 20 anos. “Desde 1993 nós discutimos e desenvolvemos ações voltadas para as mulheres. Temos uma rede de enfrentamento consolidada e atuante, que envolve poder público, sociedade civil e organizações da área. Estamos prontos para receber esse serviço, que tanto vai acrescentar a nossa cidade.”


Funcionamento


O Botão do Pânico tem aspecto parecido com um telefone celular, com aproximadamente seis centímetros, e também funciona com um chip de uma operadora telefônica. Ele transmite dados por meio de um sensor de GPS. Quando acionado, o dispositivo emite um alerta à polícia, com dados e a localização geográfica da vítima e do agressor. Além disso, um microfone é acionado e o som do local em que a mulher está é transmitido ao vivo aos policiais e gravado, podendo ser utilizado como prova.


De acordo com a diretora do Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva, empresa responsável por desenvolver a tecnologia do Botão do Pânico, Franceline Pereira, o dispositivo é o que existe de mais avançado. “Todas as mulheres que recebem o mecanismo são cadastradas, inclusive com fotos do rosto e da casa onde vivem. Quando acionam o botão, ao mesmo tempo em que a central é acionada, os guardas em patrulha também recebem a informação na viatura e prestam o atendimento. É uma tecnologia de última geração que gera grande eficiência no combate à violência contra mulheres.”


O dispositivo será disponibilizado para mulheres que têm medida protetiva com base na Lei Maria da Penha. Desde o ano passado Vitória, no Espírito Santo, já conta com o serviço, que se consolidou, recebeu prêmios e conseguiu diminuir as ocorrências contra mulheres.


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