quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Susipe lança a primeira cooperativa de mulheres presas do Brasil

Da Redação
Agência Pará de Notícias

Cerca de 50 internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, na região metropolitana de Belem, receberam nesta quinta-feira (6) a certificação do curso de capacitação técnica oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Pará (Sescoop-PA), em parceria com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). Na ocasião, a Susipe lançou também a Cooperativa de Arte Feminina Empreendedora (Coopafe), a primeira do Brasil a ser formada exclusivamente por mulheres presas.
“O Sescoop é responsável pelo ensino, formação profissional, organização e promoção social dos trabalhadores, cooperados e empregados das cooperativas paraenses. A Coopafe é a primeira cooperativa do Brasil a ser formada exclusivamente por mulheres presas. É um marco inédito no país”, destaca o superintendente do Sescoop-PA e representante da Organização das Cooperativas Brasileiras, Manoel Teixeira.
O governo federal, por meio de portaria interministerial, instituiu em janeiro deste ano a Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional do país, em que garante o acesso ao trabalho para internas com o desenvolvimento de ações que incluam a formação, entre outras, de redes cooperativas e a economia solidária.
“Em dezembro passado, o Governo do Pará também instituiu a Lei nº 7.780, de incentivo ao cooperativismo no Estado. Com base na política nacional e na oportunidade criada pela lei estadual, o Pará saiu na frente criando a Coopafe, que se enquadra na categoria de cooperativa especial, e visa justamente promover a reinserção social de pessoas em situação de cárcere”, explica o titular da Susipe, André Cunha.
Dados da Organização das Cooperativas do Brasil mostram que existem hoje mais de seis mil cooperativas em todo o país, com cerca de nove milhões de associados, abrangendo 13 ramos do cooperativismo, entre eles o da cooperativa especial, na qual a Coopafe se encaixa. Para o juiz titular da 1ª Vara de Execução Penal de Belém e também coordenador do projeto Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as cooperativas atuam de forma positiva nas comunidades, gerando trabalho, renda e promoção social.
“Trazer o cooperativismo para o ambiente carcerário é fabuloso, principalmente pela dificuldade que temos na empregabilidade de pessoas presas e egressas do sistema carcerário. O projeto tem tudo para dar certo. É um belo exemplo de reinserção social para o Brasil”, destaca o juiz Cláudio Henrique Lopes Rendeiro, titular da 1ª Vara de Execução Pena da capital.
As 50 internas que participaram da capacitação promovida pelo Sescoop-PA vão trabalhar na produção de artesanatos, como pelúcias, crochê, vassouras ecológicas, sandálias e bijuterias, entre outros produtos. As prefeituras municipais de Ananindeua e Belém já são parceiras do projeto.
“A Coopafe possibilitará que as detentas do regime fechado também atuem na fabricação das peças. Já as internas do semiaberto, com a devida autorização judicial, irão comercializar a produção em feiras de artesanato de praças públicas de Ananindeua e Belém, a partir de parcerias firmadas entre a Susipe e as prefeituras para o escoamento da produção. Com a capacitação técnica oferecida pelo Sescoop-PA, o incentivo de duas prefeituras municipais e o apoio do Judiciário, sem dúvida a Coopafe será um modelo para todo o Brasil na reinserção social de internas, com verdadeiros exemplos de mulheres empreendedoras”, finaliza André Cunha.

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