sexta-feira, 7 de março de 2014

Brincar de boneca pode reforçar estereótipos entre os sexos, afirma estudo - Ciência - Notícia - VEJA.com

menina com boneca
O essencial é oferecer às crianças a maior diversidade de brinquedos 
possível, além das bonecas (Thinkstock)

Em pesquisa, garotas de 4 a 7 anos que brincaram de Barbie afirmaram ser capazes de exercer menos funções profissionais do que meninos

Brincar com a boneca Barbie na infância pode consolidar estereótipos sobre os sexos e até influenciar o futuro profissional da criança. É o que sugere uma pesquisa americana publicada nesta semana. De acordo com o estudo, bonecas que têm ênfase na aparência, como a Barbie, fazem com que as garotas tenham uma ideia de que sua posição no mundo está em desvantagem em relação aos meninos.
CONHEÇA A PESQUISA


Onde foi divulgada: periódico Sex Roles

Quem fez: Aurora M. Sherman e Eileen L. Zurbriggen

Instituição: Universidade da Califórnia e Universidade do Estado do Oregon, EUA

Resultado: Os pesquisadores descobriram que brincar com bonecas feitas com ênfase na aparência podem reforçar estereótipos entre os sexos
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores colocaram 37 meninas com idades entre 4 a 7 anos para brincar com três tipos de brinquedos: uma boneca Barbie com salto alto e vestido, outra com jaleco e estetoscópio e um brinquedo chamado “Senhora Cabeça de Batata” – um boneco com aparência de batata no qual é possível encaixar peças como roupas, bolsas e sapatos. 
Depois de alguns minutos de brincadeira, as meninas eram questionadas pelos cientistas se achavam que poderiam exercer, quando crescessem, dez profissões previamente escolhidas pelos pesquisadores (metade era tradicionalmente ocupada por homens e a outra metade, por mulheres). Além disso, elas também deveriam responder se acreditavam que os meninos poderiam cumprir tais funções.
Diferenças — Segundo os resultados, as garotas que tinham brincado com alguma das Barbies afirmaram que poderiam exercer menos funções que os meninos. No entanto, as que brincaram com a “Senhora Cabeça de Batata” disseram que poderiam ter o mesmo número de funções que os garotos. 
“Oferecer brinquedos que possuem estereótipos sobre como cada sexo deve se comportar na sociedade pode influenciar o conceito da criança sobre o seu futuro”, diz a psicóloga Aurora Sherman, pesquisadora da Faculdade de Ciências Psicológicas da Universidade do Estado de Oregon e uma das autoras do estudo. O trabalho foi publicado nesta quarta-feira no periódicoSex Roles.
Outros brinquedos — De acordo com Aurora, o essencial é oferecer às crianças a maior diversidade de brinquedos possível, como cadernos de ilustração e puzzles. “A ideia não é retirar esse tipo de boneca da vida da criança, mas sim criar uma maior gama de opções para ela” disse a pesquisadora ao site de VEJA. “Não existe brinquedo ideal para meninos e meninas. O melhor é aquele que diverte e, ao mesmo tempo, trabalha o aprendizado da língua, desenvolve o controle muscular e melhora a ideia de cooperação.”

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