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domingo, 13 de abril de 2014

Como posso colaborar com o combate ao estupro?

Nana Queiroz
Jornalista, organizadora do protesto #EuNãoMereçoSerEstuprada

Peticao

 
Tem gente que defende que estuprador deve ser castrado ou morto. Tem quem acredite que isso resolveria. Além de discordar da barbaridade da proposta, duvido que seja eficaz. Sabem por quê? Por que o problema não é a firmeza da lei, mas de sua aplicação.
Me explico: a lei pode ser dura o quanto for, mas de nada adianta, já que só 10% das vítimas de estupro denunciam o crime. Isso acontece por várias razões. A primeira é a vergonha. Muitas mulheres abusadas temem serem culpadas pelo crime e ouvir a famosa frase: "Mas também, com essa roupa..."
A segunda razão é mais complexa. É que a maioria dos estupros em nosso país acontece dentro das famílias. É isso. A maioria das pessoas é abusada sexualmente por alguém muito próximo e antes de completar 18 anos. Posso listar uma série de razões para essas vítimas não denunciarem o agressor.
Para começar, a vítima provavelmente ama o agressor em algum grau (afinal, ele é um pai, um tio, um avô, um irmão) e isso gera uma confusão emocional imensa. Depois, ela teme que a denúncia deixe a família desunida. Em alguns casos, ela nem entende que foi estuprada (veja todas as pessoas que ainda não entendem que há abuso sexual mesmo sem penetração).
Como nós, que não somos políticos, podemos mudar isso? Com educação. É preciso explicar às nossas crianças o que é um estupro, o que é machismo, o que é crime. Ir o mais fundo que a maturidade delas puder compreender: e não subestime o intelecto dos pequeninos, eles entendem muita coisa, eu garanto. Não há temas proibidos.
Outra maneira é pressionar nossos congressistas a incluir as questões de gênero no Plano Nacional de Educação (PNE), pedir que os professores discutam essas questões com as crianças na escola. Nós do movimento Eu Não Mereço Ser Estuprada fizemos uma petição online para enviar a nossos líderes. Por que não começa sua parte assinando-a?

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