quinta-feira, 17 de julho de 2014

Campanha contra abuso de mulheres distribui 10 mil apitos em Campinas

Violência no transporte público é alvo de atividade promovida por entidade.
Ativistas fizeram caminhada nesta terça (15) na região central da cidade.

Ativistas distribuem apitos em protesto contra abuso de mulheres em Campinas (Foto: Lucas Jerônimo/G1)
Ativistas orientam mulheres a usar apito paraatenção contra abuso (Foto: Lucas Jerônimo / G1)
Do G1 Campinas e Região
15/07/2014

Em uma ação contra a violência e o abuso sofrido por mulheres usuárias do transporte público em Campinas (SP), ativistas da Associação das Advogadas, Estagiárias e Acadêmicas do Direito de São Paulo (Asas) realizaram uma caminhada e a distribuição de apitos na manhã desta terça-feira (15) na região central da cidade. De acordo com a organização do "Dia de Apitação", nome dado ao evento, o objetivo é conscientizar a população sobre a importância de denunciar atos como estes. Durante o dia de atividades serão distribuídos 10 mil apitos.

"O apito é simbólico, mas se a mulher apita ao sofrer esse tipo de violência o ato torna-se significativo e provoca reações, para a mudança de atitude", é o que diz a advogada Rosana Chiavassa, presidente licenciada da Asas no estado. Segundo ela, as atividades são realizadas  para a abordagem de mulheres e homens para a entrega de material explicativo e do apito, símbolo da campanha que teve início no mês de abril

'Apitação'

Atividades como esta realizada em Campinas também já ocorreram em cidades como Diadema (SP), Osasco (SP) e na capital paulista com a distribuição de 280 mil de apitos cor-de-rosa. Ainda de acordo com Rosana, a meta do movimento é chegar a 1 milhão. "Quando a gente para as mulheres na rua pra entregar o apito as reações são diversas. Quando a gente fala que o apito é para fazer barulho quando o abuso é sofrido, a gente vê que estamos fazendo a diferença. As mulheres querem ter coragem de denunciar", argumenta.


Neuza Merlo, 68 anos, recebe apito de campanha contra assédio de mulheres em Campinas (Foto: Lucas Jerônimo/G1)
Neuza Merlo, 68 anos, recebe apito de campanha
contra assédio (Foto: Lucas Jerônimo/G1)
A diretora da Asas em Campinas, Adelaide Albergaria, conta que a ideia de ter o apito como símbolo para a campanha surgiu em Recife (PE), quando mulheres se uniram para denunciar o alto índice de violência cometida por homens contra as companheiras. "Cada vez que era percebido que uma mulher estava sendo violentada, as vizinhas se reuniam em frente àquela casa e promoviam um apitaço. A atitude surtiu efeito e acuou significativamente os agressores", explica a advogada.

Neuza Merlo, de 68 anos, acredita que atividades como essa podem contribuir para que o número de casos diminuam. "Olha, acredito muito em coisas como essa. Muito criativa a ideia de entregar o apito. Mais do que saber que as mulheres vão fazer barulho ao serem abusadas, nós sabemos que as pessoas saberão que alguém está sendo vítima", diz a aposentada. Ela foi uma das pedestres que receberam o material distribuído no centro da cidade.

'Não hesite, apite'

O estudante Diego Alves, único homem que integrava o grupo de manifestantes durante a manhã desta terça, acredita que a iniciativa de homens também podem contribuir para a expansão do movimento. "Acho que os homens também devem assumir essa responsabilidades. É um processo de desconstrução e nós podemos sim fazer parte disso", fala.

Apito é simbolo de movimento contra assédio de mulheres no transporte público em Campinas (Foto: Lucas Jerônimo/G1)
Apito é simbolo de movimento contra assédio de mulheres no transporte público (Foto: Lucas Jerônimo/G1)
Segundo a presidente da Asas, o movimento "Não hesite, apite", também realiza atividades como visitas à empresas e outras organizações. Além da distribuição dos apitos, palestras e a disponibilização de panfletos é feita pela entidade. Nesta terça os membros ainda devem passar pelo Largo do Rosário, Justiça do Trabaho e Cidade Judiciária. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3255-7692.

G1

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