Disque Mulher ganha reforço do 190 da PM no combate à violência
Atendentes do 190, da PM, orientam a registrar queixa no serviço 180 Foto: Divulgação
26/07/2014
Parceria foi feita com iniciativa federal
O DIA
Rio - O Disque Mulher, que recebe denúncias pelo telefone 180, ganhou o reforço de outro serviço semelhante, o 190, o número geral de atendimento da Polícia Militar. A parceria vem desde o ano passado. Só em junho, o 190 registrou 9.790 ligações de crimes contra a mulher. Em todas elas, a Central de Atendimento à Mulher foi indicada como suporte às vítimas.
A parceria funciona da seguinte forma. Quando atendem a uma ligação de um caso relacionado à violência ou a abusos contra a mulher, os telefonistas do Serviço de Atendimento de Emergência 190 da PM — mais conhecido da população — tomam duas providências. A primeira é enviar uma patrulha ao local. A segunda é orientar a pessoa a procurar a Central de Atendimento à Mulher, através do 180.
O Disque Mulher permite o registro de queixas, encaminhadas diretamente para investigação da Polícia Civil ou da Justiça, dependendo do caso. Ele é diretamente vinculado à Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), criado em 2005, e cujo principal objetivo é instruir sobre direitos e serviços públicos para a população feminina. A ligação é gratuita e disponível 24 horas por dia, de segunda a domingo.
E não é preciso ser a própria vítima, e nem mesmo ser mulher, para ligar. Levantamento da SPM-PR releva que, no ano passado, 21,61% das ligações para o Disque Mulher não foram feitas pela vítima, mas por mães, vizinhos, companheiros ou conhecidos. “Liguei porque ouvia minha vizinha sendo agredida constantemente pelo marido. Aí chamavam a polícia, ela não prestava queixa e ficava tudo na mesma. No 180 me explicaram sobre a Lei Maria da Penha e passei as informações para ela. Hoje ela está separada”, contou uma dona de casa de 42 anos, que mora em Rocha Miranda.
A pesquisa mostra, ainda, que a violência física foi a mais recorrente em 2013, representando 54% dos casos relatados. Já a violência psicológica corresponde a 30% das queixas. No ano, houve 620 denúncias de cárcere privado e 340 de tráfico de pessoas.
A violência sexual teve 1.151 denúncias, o que corresponde à média de três ligações por dia. Os agressores continuam sendo, em sua grande maioria (80,26%), companheiros das vítimas. Parentes ocupam o segundo lugar no ranking, com 12, 95%. Ao ligar para o 180, uma série de serviços públicos são elucidados, para mostrar que há meios concretos para que a mulher saia da situação, que parece, no momento da violência, impossível de se libertar.
Nova Iguaçu lidera ranking de ligações
No balanço do ano passado, o Estado do Rio ficou com o nono lugar no ranking nacional do Disque Mulher. com 55.087 ligações para o 180. Nova Iguaçu foi o município que mais procurou o serviço. O cálculo leva em consideração o número de ligações em proporção ao número de mulheres que vivem nos municípios.
Nova Iguaçu teve taxa de registro de 955,28 por 100 mil mulheres. Queimados, também na Baixada, e Engenheiro Paulo de Frontin, no Sul Fluminense, vêm logo em seguida, apresentando taxas de 940,87 e 913,38, respectivamente. A cidade do Rio de Janeiro ocupa a quinta posição no ranking estadual, com 624,67 registros por 100 mil mulheres.
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