10.10.2014
Prefeitura de Fortaleza promete a construção de 125 novas creches até o fim da gestão, em 2016
A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente determinam o atendimento em creche e em pré-escola às crianças de 0 a 6 anos. Mesmo assim, os municípios ainda não estão suficientemente adequados. Em Fortaleza, 2.889 crianças aguardam na fila de espera por uma vaga em creche.
A vendedora Milena Yasmim Sousa de Oliveira é uma das mães que espera para matricular o seu filho na rede de ensino. "Passo muita dificuldade, pois não tenho onde deixá-lo. Já perdi um emprego porque não tinha ninguém que ficasse com o meu filho". A comerciante conta que já se inscreveu em duas creches, mas sem êxito.
O mesmo acontece com a vendedora Rosilene Castro, que aguarda há mais de dois anos. "Meu filho já tem três anos e eu não consigo uma vaga para ele. Todas as creches do meu bairro estão superlotadas". Ela conta que a única solução é compensar o horário de trabalho para poder voltar para casa mais cedo.
Segundo dados gerenciais da Secretaria Municipal de Educação (SME), levando em consideração os períodos de março de 2012 e março de 2014, as matrículas do Infantil I saltaram de 1.129 para 2.400, o maior entre todas as faixas etárias.
Em 2013, a Prefeitura de Fortaleza decidiu que as creches não dariam mais atendimento integral para crianças maiores de 3 anos. No ano passado, a mudança de atendimento integral para parcial tinha como objetivo aumentar a quantidade de famílias beneficiadas.
De acordo com a responsável pela Educação Infantil da SME, Simone Caladrine, de 2013 para cá, foram inaugurados seis Centros de Educação Infantil. "Mesmo com um aumento de 25,8% no número de matrículas, essa ampliação não foi suficiente".
Ainda de acordo com Simone, estão previstas a construção de mais 125 novas creches até o fim da gestão, em 2016, sendo 112 construídas com verbas do Proinfância, do governo federal. "O objetivo é dobrar o atendimento em quatro anos", afirma.
No município, são 124 Centros de Educação Infantil e 57 creches conveniadas. Desse total, 163 são de tempo integral. São 14.900 crianças matriculadas. Os bairros das Regionais II e VI são os que mais sofrem.
A assessoria da SME garante que ainda serão investidos na construção de creches, através do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), R$ 172 milhões. Já pelo Programa de Requalificação Urbana com Inclusão Social (Preurbis), por meio da Secretaria da Infraestrutura (Seinf) da Prefeitura de Fortaleza, um valor de R$ 16 milhões. Ao todo, serão R$ 189 milhões destinados às obras para atender a grande demanda.
Protesto
Hoje (10), o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, através da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres, realiza um ato político, em alusão ao Dia Nacional de Luta pela Creche, comemorado em12 de outubro. Mulheres e crianças seguirão em passeata pelas ruas do Centro.
Patrícia Holanda
Especial para Cidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário