sábado, 7 de março de 2015

20 anos após a Declaração de Pequim, a 59ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher terá início, em 9/3, em Nova Iorque

05.03.2015

O ano de 2015 marcou o vigésimo aniversário da histórica Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. Considerado o projeto mais abrangente sobre o avanço dos direitos das mulheres, o plano de Pequim, de 1995, foi adotado por 189 governos. Porém, 20 anos mais tarde, os compromissos feitos só foram parcialmente cumpridos.

De 9 a 20 de março, a 59ª Comissão sobre a Situação da Mulher fará uma revisão da implementação global da Plataforma de Ação de Pequim e um balanço da atual situação da mulher no mundo. É possível identificar progressos na hemisfera política e econômica, porém não o bastante.

Hoje, apenas uma de cada cinco parlamentares é mulher. Aproximadamente 50% das mulheres no mundo possuem empregos remunerados, um aumento de 40% em comparação a 20 anos atrás, apesar da desigualdade salarial persistente. Se seguirmos o ritmo atual de progresso, ainda vai demorar 81 anos para que as mulheres consigam alcançar a paridade no emprego. A pandemia de violência contra mulheres e meninas afeta uma em cada três mulheres no mundo, apesar de ser reconhecida como uma grave violação dos direitos humanos e uma barreira para o desenvolvimento global.

No ano 2000, a inovadora Resolução 1325 sobre as Mulheres, a Paz e a Segurança, do Conselho de Segurança da ONU, reconheceu a necessidade de aumentar o papel das mulheres na construção da paz em países pós-conflito. No entanto, entre 1992 e 2011, apenas 4% dos signatários dos acordos de paz e 9% dos negociadores de paz eram mulheres.

As preparações para a 59ª CSW vêm sendo significantes. No ano passado, a ONU Mulheres lançou a campaha global “Pequim+20: Empoderar mulheres. Empoderar a humanidade. Imagine!” com o objetivo de reacender o debate sobre igualdade de gênero por meio de eventos e engajamento globais. Em preparação para o evento, um número recorde de 166 países realizou a revisão no âmbito nacional da situação da mulher. Ricas contribuições também foram recebidas da sociedade civil, que continua a ser uma parte integral deste processo. Mais de 1.100 ONGs e um total de 8.600 representantes da sociedade civil se registraram para participar da sessão deste ano, significando um novo record.

Cerca de 200 eventos organizados por governos e agências da ONU estão sendo planejados para acontecer paralelamente às reuniões oficiais da Comissão, com um número adicional de 450 eventos paralelos organizados pela sociedade civil.

Expectativas são grandes para gerar oportunidades para ações globais pelos direitos das mulheres e igualdade de gênero, levando em conta que o 20º Aniversário da Plataforma de Pequim coincide com a definição da agenda de desenvolvimento pós-2015. Uma declaração política será adotada pela Comissão no dia de abertura da 59ª sessão.

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