domingo, 26 de abril de 2015
A alta taxa de gravidez indesejada nos Estados Unidos
Os EUA têm um alto índice de gestações não planejadas. O uso mais difundido de contraceptivos de longa duração poderia reduzi-lo
23 de abril, 2015
O índice de gravidez na adolescência é muito mais elevado nos Estados Unidos do que em vários países desenvolvidos. Assim como as gestações não planejadas em geral: mais da metade das gestações são acidentais nos EUA, em comparação com um terço na França. Esse fato pode ser explicado pela demora em incorporar o uso de contraceptivos de longa duração, como o dispositivo intrauterino (DIU) e o implante hormonal. Só 6% das mulheres americanas em idade de engravidar usam DIU, enquanto mais de 20% de norueguesas utilizam esse método contraceptivo. Os implantes e os DIUs têm a vantagem de durarem anos. Ao contrário da pílula, que é preciso tomar todos os dias, ou do preservativo que exige muita força de vontade para interromper o que se está fazendo para colocá-lo.
Todos os contraceptivos modernos são extremamente eficazes, se usados de maneira adequada. Mas no mundo real, com frequência não são. Segundo a avaliação anual das taxas de natalidade, o DIU é 40 vezes tão eficaz como a pílula e 90 vezes tão eficiente como os preservativos na prevenção de uma gravidez indesejada. Esses dados são importantes por diversas razões. Quatro em dez gestações não planejadas nos EUA são resultado de um uso inadequado de contraceptivos. As mulheres pobres têm quatro vezes mais probabilidade de engravidarem por acidente, do que mulheres de classes sociais mais ricas, além de terem menos condições de enfrentarem as consequências. E independente de outros fatores, os bebês nascidos de mães que não tinham a intenção de engravidar, em geral crescem em lares mais pobres; com frequência os pais se separam e as mães abandonam a escola para cuidar deles. Portanto, o uso mais difundido dos contraceptivos de longa duração poderia acelerar o processo de mobilidade social. Então por que não são usados?
Dois motivos se destacam. Primeiro, muitos americanos têm opiniões fortes, em geral de origem religiosa, sobre sexo e aborto. Alguns acham que o DIU é abortivo, porque impede que o óvulo fecundado se implante no útero. Outros se opõem ao ensino de métodos de contracepção nas escolas.
Em segundo lugar, os EUA são um país litigioso. As penalidades para quem infringe a lei ou comete erros são imensas. O fabricante de Dalkon Shield, um DIU defeituoso vendido na década de 1970, faliu em razão dos inúmeros processos judiciais de consumidores descontentes.
Fontes:
Economist-Don’t recoil from the coil
Opinião e Notícia
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