Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Mara Gabrilli (C): tá cheio de mãe que é cega e cuida muito bem do filho. Além de tudo, quem furou os olhos dela foi o marido.
31/03/2015
Deputadas da bancada feminina decidiram entrar no Supremo Tribunal Federal, no Conselho Nacional de Justiça e na Secretaria de Políticas para as Mulheres com uma nota de repúdio em que pedem a revisão da pena do agressor da operadora de caixa Mara Rúbia.
A bancada feminina se reuniu nesta terça-feira (31) com a terceira secretária da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), e com a ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, para discutir as ações parlamentares na defesa dos direitos das mulheres.
Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Mara Rúbia, que teve os olhos perfurados pelo ex-marido, chegou a pedir proteção ao Estado por seis vezes.
Em 2013, Mara Rúbia Guimarães, de 27 anos, foi torturada e teve os olhos perfurados pelo ex-marido, em Goiânia. O ex-marido cumpriu um ano de cadeia e agora está em regime semiaberto porque a Justiça entendeu que era um caso de lesão corporal e não tentativa de homicídio.
Guarda do filho
A coordenadora da bancada feminina, deputada Dâmina Pereira (PMN-MG), repudiou a atitude da Justiça que ainda permitiu que o ex-marido ficasse com a guarda do filho do casal afirmando que, como Mara está cega, não pode cuidar da criança adequadamente. "É um absurdo a gente deixar do jeito que está e não como tentativa de homicídio. Até porque foi um caso bem premeditado e onde ela pediu socorro várias vezes, mas não conseguiu essa proteção."
A deputada Mara Gabrilli também repudiou o posicionamento da Justiça em relação à Mara Rúbia. "Primeiro que é um absurdo. Por que se não enxerga não pode cuidar de um filho? Tá cheio de mãe que é cega e cuida muito bem do filho. Então, isso não pode ser uma justificativa em nenhum lugar do planeta. E segundo que, além de tudo, quem furou os olhos dela foi o marido."
Próximo debate
A deputada informou ainda que será realizada futuramente uma audiência pública para discutir os problemas que o uso de anticoncepcionais provocam com frequência nas mulheres.
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