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domingo, 12 de abril de 2015

Crianças e adolescentes vivem desprotegidos em El Salvador

08.04.2015

Cristina Fontenele
Adital

Informe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) – Situação da Infância e Adolescência em El Salvador – revela que as crianças e adolescentes em El salvador enfrentam violência cotidiana. O país centro-americano foi um dos primeiros países a ratificar a Convenção sobre os Direitos da Criança, o que permitiu alguns avanços. Porém, o longo histórico de regimes autoritários institucionalizou a violência na sociedade e nas relações familiares. El Salvador é, hoje, considerado um dos líderes mundiais em violência contra a infância e adolescência. 

Para Adela Pineda, responsável da Juventude da Associação Cristã de Jovens (ACJ) de El Salvador, "O sofrimento, a dor e a violência seguem marcando a vida de homens e mulheres em El Salvador.” Segundo Adela, o temor, a violência e a exclusão social continuam sendo a realidade que diariamente enfrentam os jovens salvadorenhos. Na edição de março do informativo mensal do Observatório de Meios sobre Direitos da Juventude Salvadorenha, das 15 notícias divulgadas, 10 estão relacionadas de alguma forma com a violência contra a juventude. 

Dados do relatório da Unicef alertam ainda que três em cada 10 mulheres já sofreram alguma agressão física antes de completarem 18 anos de idade. Em 2013, foram 3.491 casos de agressão sexual, nove em cada 10 vítimas do sexo feminino. 73,6% das violações foram cometidas contra meninas e adolescentes menores de 19 anos. Do total das violações registradas no ano de 2013, em 76,6% dos casos, o agressor era o cônjuge, um vizinho ou um conhecido. Já 80,2% dos homicídios cometidos contra menores de 18 anos foram contra meninos. 

unicef
Três em cada 10 mulheres já sofreram alguma agressão física antes de completarem 18 aos de idade.

Em 2011, 6.113 menores de idade em conflito com a lei foram submetidos à jurisdição penal, sendo 13,4% por agrupamento ilícito, 12,5% por extorsão, 11,8% por roubo e 11,6% por homicídio. Em 2012, 35,2% dos jovens detidos foram por homicídio e 30,1% por extorsão. No entanto, ao contrário do que se imagina, oito em cada 10 delitos em El Salvador são cometidos por adultos e não por adolescentes. 

A cada duas crianças e adolescentes, uma vive em situação de pobreza, o número resulta no trabalho infantil. 4,4% das crianças na faixa etária de cinco a 13 anos estão trabalhando e 23,1%, com idades de 14 a 17 anos, também. De acordo com o informe do Unicef, em 2013, cerca de 187.428 crianças e adolescentes realizaram alguma atividade econômica. 144.168 se encontram trabalhando, o que representa 8,5% das crianças e adolescentes de cinco a 17 anos. Uma grave consequência do trabalho infantil é o abandono escolar.

unicef
Pobreza e violência fazem parte de uma infância que vive com medo.

O relatório aponta ainda que cerca de 33,7% das crianças de quatro a seis anos não frequentam a escola, o que representa 107.667 crianças. Entre as principais razões da evasão estão: a vontade dos pais, 39,1% dos pais não querem matricular seus filhos e 50,6% dos casos os pais consideram que as crianças têm ainda pouca idade. 

Nos últimos anos, as escolas de El Salvador vêm se tornando também áreas de violência, ódio e discriminação. De acordo com o Sindicato dos Mestres da Educação Rural, Urbano-Marginal de El Salvador (Simeduco), gangues se apoderam das instalações escolares para realizarem reuniões e planejarem crimes. As autoridades estariam cientes, mas não combatem o fenômeno. 

Segundo o Ministério da Educação, em 2011, 139 estudantes foram assassinados em El Salvador. A insegurança nas escolas segue assustando pais, alunos e professores. Um dado preocupante é que quase um terço dos jovens de 18 a 24 anos nem estudam, nem trabalham, por isso são conhecidos como a geração”nem-nem”.

Cristina Fontenele
Estudante de Jornalismo pela Faculdades Cearenses (FAC), publicitária e Especialista em Gestão de Marketing pela Fundação Dom Cabral (FDC/MG).
E-mail 
cristina@adital.com.br
crisfonte@hotmail.com

Adital

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