"Se está na sociedade, deve estar na publicidade”, diz publicitário Washington Olivetto
Gil Alessi São Paulo 3 JUN 2015
“A conquista e ampliação de direitos se dá pelo consumo”, afirma Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia, um dos mais antigos do país. Ele cita o exemplo da comunidade homossexual dos Estados Unidos, que segundo ele “patrocina campanhas políticas e compra produtos apenas de empresas que apoiam a causa. “Estamos de mãos dadas [com O Boticário], no consumo e nos direitos”. Segundo Cerqueira, “a sociedade está mudando, e crucificar uma empresa por acompanhar o trem da história é não entender isso”.
Para o publicitário Washington Olivetto, há uma “total e enorme hipocrisia” em torno do comercial do Boticário, e lembra já ter passado por algo parecido em sua carreira, mas "como não tinha Internet na época a repercussão foi menor. E olha que foi no final dos anos de 1970!".
Se vitoriosa na veiculação do comercial —o primeiro teste serão as vendas do Dia dos Namorados, o Boticário será também uma das poucas marcas a brigar contra um preconceito no Brasil. “A publicidade dificilmente pode ser vanguarda da sociedade”, diz Olivetto. “Ela deve estar colada no para-choque traseiro da vanguarda, sempre. Se está na sociedade, deve estar na publicidade”. E a população gay definitivamente existe no Brasil.
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