segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Brasil registrou um estupro a cada 11 minutos em 2014, aponta Anuário de Segurança Pública

No ano passado, foram registrados 47.643 casos de estupro em todo o país, contra 51.090 em 2013, uma queda de 6,7%. Ainda assim, o dado representa um estupro a cada 11 minutos. O Anuário traz ainda uma pesquisa feita em parceria com o instituto Datafolha sobre o medo de sofrer violência sexual. Segundo o levantamento, 90% das mulheres disseram temer ser vítimas de agressão sexual contra 42% dos homens.
O Brasil apresentou queda nos registros de estupros em 2014, na comparação com o ano anterior. É o que aponta o 9º Anuário de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Nacional de Segurança Pública nesta sexta-feira, dia 09. Segundo a publicação, foram registrados em todo o país 47.643 casos de estupro, contra 51.090 em 2013, uma queda de 6,7%. Ainda assim, o dado representa um estupro a cada 11 minutos. Já as tentativas de estupro e atentado violento ao pudor aumentaram de 4.897 para 5.042.
Entre os estados que registraram os menores índices de violência sexual denunciada no ano passado estão Espírito Santo, com 238, Roraima com 275 e Piauí com 481 casos registrados. São Paulo aparece como o Estado onde mais casos de violência sexual foram denunciados à Polícia, mesmo com uma redução de aproximadamente dois mil casos. A segurança pública paulista processou 10.026 boletins de ocorrência de crimes contra a liberdade sexual. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com 5.676 casos em todo o Estado no ano de 2014.

Crime contra a liberdade sexual
Capitais - 2013-2014
UF
Capitais
Estupro
Ns. Abs.
Taxa
Variação (%)
2013
2014
2013
2014







Total capitais
13.642
11.638
28,5
24,1
-15,4

SE
Aracajú
181
152
29,5
24,4
-17,3
PA
Belém
642
568
45,0
39,6
-12,0
MG
Belo Horizonte
285
244
11,5
9,8
-14,8
RR
Boa Vista
189
207
61,2
65,7
7,5
DF
Brasília
867
777
31,1
27,2
-12,3
MS
Campo Grande
363
319
43,6
37,8
-13,2
MT
Cuiabá
368
285
64,6
49,5
-23,3
PR
Curitiba
683
773
36,9
41,5
12,2
SC
Florianópolis
189
185
41,7
40,1
-3,9
CE
Fortaleza (2) (3)
627
517
24,6
20,1
-18,2
GO
Goiânia
104
126
7,5
8,9
19,5
PB
João Pessoa
...
...
...
...
...
AP
Macapá
340
263
77,8
58,9
-24,3
AL
Maceió
194
137
19,5
13,6
-30,0
AM
Manaus
1.321
869
66,6
43,0
-35,5
RN
Natal
145
169
17,0
19,6
15,5
TO
Palmas
88
90
34,1
33,9
-0,6
RS
Porto Alegre
...
...
...
...
...
RO
Porto Velho
422
388
87,0
78,5
-9,7
PE
Recife
510
456
31,9
28,3
-11,1
AC
Rio Branco
83
68
23,2
18,7
-19,6
RJ
Rio de Janeiro (2)
1.920
1.781
29,9
27,6
-7,6
BA
Salvador
651
521
22,6
17,9
-20,5
MA
São Luís
369
256
35,0
24,1
-31,3
SP
São Paulo
2.903
2.292
24,6
19,3
-21,5
PI
Teresina
177
171
21,2
20,3
-3,9
ES
Vitória
21
24
6,0
6,8
13,0
Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
(...) Informação não disponível.
(1) Por 100 mil habitantes.
(2) Considera o total de vítimas de estupro.
(3) Considera estupro consumado e estupro de vulnerável consumado.

No entanto esses números podem não representar a realidade devido à dificuldade na notificação de crimes de violência contra as mulheres, principalmente nos casos de agressão sexual. “O crime de estupro é aquele que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo, então é difícil avaliar se houve de fato uma redução da incidência deste crime no país”, alerta Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em nota divulgada pela organização não governamental.
Medo de estupro é expresso por 90% das brasileiras
O Anuário traz ainda uma pesquisa feita em parceria com o instituto Datafolha. Segundo o estudo, que entrevistou mais de 100 mil pessoas em 84 municípios brasileiros, 66% dos entrevistados disseram temer ser vítimas de agressão sexual, sendo a maioria mulheres – que somam 90% das respostas positivas contra 42% dos homens.
A pesquisa mostra ainda que jovens entre 16 e 24 anos são as que mais sentem medo da violência sexual. Os estratos sociais onde o medo de agressões sexuais apareceu mais fortemente foram: amarelos (73%) e pessoas com renda de até dois salários mínimos (75%) e Nordeste do País (74% da população). Os habitantes do Sul brasileiro são os que menos temem a violência sexual (61%). Neste caso, os dados não trazem recorte de gênero.

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