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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Uma em cada três mulheres já sofreu violência sexual ou física, alertam agências da ONU

A violência de gênero assume diferentes formas, dificultando a construção de uma resposta padrão para todos os casos. No fim dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero, Nações Unidas defendem que a prevenção é o principal passo para erradicar esta cultura.

11/12/2015
Mulheres se manifestam em Brasília na Marcha das Mulheres Negras (2015) pelo fim do racismo e do machismo. Foto: Ministério da Cultura
Mulheres se manifestam em Brasília na Marcha das Mulheres Negras (2015) pelo fim do racismo e do machismo. Foto: Ministério da Cultura
Em 1993, a Assembleia Geral da ONU adotou a Declaração Para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que forneceu um quadro de ação para responder à questão. No entanto, após mais de duas décadas, agências da ONUalertam que uma em cada três mulheres continuam a sofrer violência sexual ou física, sendo a maioria realizada por parceiros.
“Existem causas sociais, culturais e interpretação religiosa de normas, que reforçam as construções patriarcais de papéis e responsabilidades das mulheres e meninas diante da autoridade de homens e meninos”, afirmou a vice-diretora executiva da ONU Mulheres, Lakshmi Puri, acrescentando que uma das causas principais deste tipo de violência é a crença em muitas partes do mundo na superioridade entre os gêneros.
A representante da ONU explica que a violência contra a mulher assume diferentes formas, o que dificulta a possibilidade de responder a esse problema com uma única solução que possa ser aplicada em todos os casos. Muitas vezes, os agressores não sabem que estão agindo de forma criminosa, segundo Puri. Casos de violência doméstica, por exemplo, são reconhecidos como crime em apenas 119 países.
Ela destacou que, em muitos países, o crime de violência doméstica é visto muitas vezes como questão de família que deve ser resolvida em casa, e declarou que a violência contra a mulher é um problema epidêmico.
Puri citou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) n° 5 promove um mundo igualitário entre homens e mulheres. “Pela primeira vez na história da igualdade de gênero e do ativismo e ação relacionado ao empoderamento, existe um reconhecimento na Agenda 2030 de que o fim da discriminação e violência contra a mulher é, sobretudo, uma questão de desenvolvimento sustentável. Isso tem consequências para além dos direitos das mulheres.”, afirmou Puri.
Para se dirigir à questão, agências da ONU, membros da academia e organizações não governamentais se reuniram no encontro global das Nações Unidas em Istambul entre os dias 9 e 10 de dezembro, marcando o final dos 16 dias de ativismos pelo fim da violência de gênero. Com o tema, “Acabar com a Violência Contra as Mulheres: Gerando Progresso Para Acelerar a Mudança”, a reunião identificou desafios e renovou compromissos políticos globais para pôr fim à violência contra mulheres e meninas.
Desde 1996, a ONU possui um Fundo Fiduciário dedicado ao fim da violência conta as mulheres. Nos próximos anos, a entidade dedicará fundos específicos para a prevenção da violência.
A chefe do Fundo Fiduciário, Adijana Sisic, explicou que o impacto dos projetos realizados com este financiamento específico ocorre através da prevenção. Seja através da mudança de leis, seja através de programas educacionais que ressaltem que homens e mulheres são iguais. “A única maneira de acabar com a violência contra a mulher é prevenir que ela acontece em primeiro lugar”, disse.
Leia mais sobre o posicionamento da ONU Mulheres aqui.

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