segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O fardo desproporcional carregado por mulheres e meninas adolescentes

Uma crise pode agravar a vulnerabilidade de mulheres e meninas à infecção por HIV, gravidez indesejada e não planejada, morte materna, violência sexual, casamento precoce, estupros e tráfico.

É necessário mudar
Apesar de tudo o que sabemos sobre desigualdade de gênero, violência de gênero e discriminação, as mulheres e meninas continuam a ser desproporcionalmente afetadas por desastres, conflitos e deslocamento. 

Seja em casa, em cenários de deslocamento ou em suas comunidades, a saúde sexual e reprodutiva e os direitos das mulheres e meninas são muito mais afetados do que os dos homens.

Além disso, a exposição ao perigo e a diferentes experiências não é a mesma. Mulheres e meninas adolescentes correm mais risco dependendo da etnia, idade, condição de saúde e incapacidade, situação econômica e fatores como deslocamento e migração.

Agentes humanitários envolvidos na elaboração de políticas e implementação de programas precisam honrar seus compromissos para proteger as mulheres e meninas adolescentes dos altos riscos que correm, riscos esses que pioram ainda mais em situações de separação e perda do apoio familiar, da comunidade e do governo após uma crise. É necessário haver mudanças em alguns aspectos da resposta humanitária para garantir o atendimento das necessidades de mulheres e meninas adolescentes com relação à saúde sexual e reprodutiva através, por exemplo, do restabelecimento do acesso a serviços e suprimentos, como métodos contraceptivos.

As crises podem reduzir o acesso a contraceptivos e ao planejamento da vida reprodutiva, mas também podem criar oportunidades de melhor acesso por meio de programas humanitários direcionados (Plan International, 2013). Contudo, os esforços empreendidos para reduzir os riscos exigem investimentos em longo prazo e vontade política para eliminar a desigualdade entre os gêneros, que multiplica os riscos.

Embora nas situações de crise existam fatores que ampliem os riscos, há elementos que podem criar oportunidades de mudança. Com relação ao HIV, por exemplo, as crises podem ser oportunidades para melhor atendimento ou inclusão de pessoas que antes não possuíam qualquer acesso. (UNAIDS/ PCB, 2015). Em acampamentos bem gerenciados e dotados de recursos, as populações deslocadas podem ter proteção, educação e serviços de saúde melhores do que antes da crise.

Meninas adolescentes possuem vulnerabilidades específicas e os agentes humanitários devem reconhecer desde o início os riscos envolvidos, além de priorizarem ações que atendam às suas necessidades, garantam sua segurança e preservem sua dignidade. Leia mais

O Relatório sobre a Situação da População Mundial é publicado anualmente pelo UNFPA desde 1978. A cada ano, o relatório enfoca questões de interesse da atualidade relacionadas a população e desenvolvimento.

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