domingo, 10 de janeiro de 2016

Que jovens correm mais risco no sexo?

Como as emoções e o álcool influenciam o comportamento sexual dos jovens

JAIRO BOUER
29/12/2015

Estudo recente da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, sugere uma forte ligação entre instabilidade emocional em estudantes universitários e maior risco no sexo. Fases de transição como ingresso na faculdade, saída da casa dos pais, vida em repúblicas, novas redes de amizade, início de namoro e entrada no mercado de trabalho tendem a ser mais complicadas para quem tem pouca experiência com novos desafios.

As mudanças podem impactar profundamente as emoções de muitos desses jovens. A pesquisa, que avaliou cerca de 400 estudantes de duas universidades americanas, todos com idades inferiores a 21 anos, mostrou que aqueles que experimentaram maior instabilidade emocional tinham mais chances de se expor a riscos no momento do sexo. Os resultados foram divulgados pelo site Medical News Today.

A maior sensação de liberdade e a exploração de novas possibilidades introduzem situações de estresse adicionais na vida dos jovens. Os comportamentos de risco podem atingir diversas áreas da vida, não apenas a atitude em relação ao sexo. Assim, acidentes, violência e abuso de droga também podem ser mais comuns.

Em relação à sexualidade, os riscos avaliados incluíram sexo com parceiros eventuais, sexo com estranhos e comportamento sexual impulsivo. Já as oscilações emocionais observadas foram sintomas depressivos, solidão, problemas de autoestima e beber para ser aceito pelo grupo. Aliás, sabe-se que o álcool tem um peso importante na vida dos universitários e nos riscos que eles correm.

Um novo trabalho da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, publicado no periódico Journal of Preventive Medicine, sugere que aumentar o preço das bebidas poderia ajudar a diminuir as doenças transmitidas pelo sexo (DSTs). Avaliando dados do Estado de Maryland, que aumentou os impostos sobre venda de álcool de 6% para 9% em 2011, os pesquisadores perceberam uma diminuição de quase 25% nas taxas de gonorreia nos 18 meses seguintes. No mesmo período, outros 13 Estados que não fazem fronteira com Maryland e que não elevaram impostos sobre bebida foram avaliados. A incidência da doença não teve uma queda significativa. Para os pesquisadores, aumentar o preço do álcool pode ser tão significativo como distribuir gratuitamente camisinhas. Mas, neste caso, o Estado arrecada em vez de gastar. Seria interessante ampliar o estudo para checar possíveis impactos em outros comportamentos de risco que cercam a vida dos mais jovens.

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