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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Jamila Raqib: “Conflito pode ser uma coisa boa”

Jamila Raqib (Foto: Divulgação/ Oslo Freedom Forum)


A ativista de origem afegã defende a resistência não-violenta como forma mais eficaz de ganhar a briga contra o autoritarismo

TERESA PEROSA
11/02/2016
Jamila Raqib teve sua vida marcada pelo conflito. Nascida no Afeganistão em meio à invasão soviética do país na virada dos anos 1980, ela foi ainda pequena para os Estados Unidos junto com os  pais, fugindo da guerra. Acompanhar de perto os resultados devastadores de uma guerra lhe prepararia para uma vida profissional de combate a autocracias e regimes violentos: ela é diretora da Instituição Albert Einstein, uma organização dedicada a promover a democracia por meio de ações de resistência civil não-violenta no mundo. Seu fundador é o pacifista americano Gene Sharp, autor de Da ditadura à democracia, livro de 1993 que enumera centenas de técnicas de resistência civil para derrubar regimes autoritários, escrito a partir de estudos de caso, como os movimentos liderados pelo indiano Mahatma Gandhi e pelo americano Martin Luther King.  Sharp já esteve entre os cotados para receber o Nobel da Paz e seu trabalho é até hoje referência para grupos que reivindicam direitos ao redor do mundo – desde os jovens envolvidos nos protestos que levaram à Primavera Árabe até mais recentemente em Angola, quando um grupo de ativistas que estudava os escritos de Sharp acabou preso sob a conspiração de “conspirar contra o presidente José Eduardo dos Santos”.  Jamila veio ao Brasil para participar do evento Semana da Democracia, no fim do ano passado, onde falou sobre seu trabalho ao lado de Sharp. Em entrevista à ÉPOCA, ela explica que resistência não-violenta não significa evitar o conflito, mas enfrentá-lo de maneira estratégica.
ÉPOCA – Como você se interessou pelo tema de resistência não violenta?
Jamila Raqib – As pessoas às vezes pensam que eu nasci odiando violência. É claro que eu buscava respostas, tentando descobrir porque algumas coisas acontecem, o que eu posso fazer para ajudar. Quando você escapa da guerra, se sente sortuda, porque conseguiu escapar. Mas outras pessoas não escaparam, passaram por coisas terríveis e a sociedade foi destruída. Isso me levou a ter sensibilidade em relação ao sofrimento humano, mas também entender que as pessoas precisam ter alguma forma de lutar. Só dizer que violência é ruim não é o suficiente. Todos nós sabemos que violência é ruim, quase todo mundo entende isso. Mas muitos de nós a justificamos por propósitos que consideramos bons e importantes. Não é que gostamos de violência ou que humanos sejam violentos, mas na verdade, mas nós entendemos que algumas vezes, temos que lutar pelas coisas. E nós pensamos que precisamos usar o jeito mais poderoso para se lutar e esse meio é a violência. Por muitos anos achei então que violência é justificável. Era uma grande crente em ação forte, em resistência. Mas era um sentimento esquizofrênico. Era uma jovem cheia de raiva. E achava arrogante para pessoas de fora que têm vidas confortáveis dizer para as pessoas que elas não devem lutar de volta. Que elas deveriam fazer as pazes, oferecer a outra face, achava que irreal. As pessoas não vão parar de usar violência, vão usar quaisquer meios e devem usar quaisquer meios porque se sua casa é invadida, sua família é violada, você é violado, você não só tem o direito, mas a responsabilidade de lutar contra. Mas esse foi o momento em que eu encontrei uma alternativa poderosa. Descobri que as escolhas não devem ser entre usar violência, o que muitas vezes é contraproducente, ou não fazer nada. Na verdade, por milhares de anos, as pessoas têm usado outro meio. Nós só não prestamos atenção.
ÉPOCA – Como assim?
Raqib – Nossos livros de história estão cheios de mudanças que só ocorreram por causa de violência, o que dá a ideia de que o progresso, os direitos que nós temos foram ganhos por meio da violência. Isso não é verdade. Os direitos que nós temos foram ganhos, muitas vezes, por pessoas comuns se organizando e não sendo boas ou moralmente corretas, mas sendo teimosas. E essa é a beleza desse trabalho. Você não tem que acreditar nessa análise do fundo do seu coração. Você só precisa entender como funciona. É uma técnica. É uma técnica científica que foi estudada e escrita mostrando: é assim que funciona, esses são os pré-requisitos, isso é o que você tem a ganhar para ser mais eficaz e pode ser aprendida. E as pessoas que usaram (essas técnicas) em geral não tinham esse conhecimento. Hoje nós temos esse conhecimento, podemos adquirir mais desse conhecimento, podemos lutar melhor e de maneira mais esperta. Eu acho que essa é a parte atraente para mim e para muitas pessoas que realizam esse trabalho.
ÉPOCA – Como vocês chegaram à documentação dessas 198 técnicas de resistência não-violenta?
Raqib – Essa é uma técnica, um tipo de ação, que foi usada por pessoas durante toda a história, até voltando a cinco mil a.C.  O que Gene Sharp fez, a partir da década de 1950, foi começar a estudar sobre – ele estava muito atraído pelo movimento independentista indiano, por Gandhi. Ele estudou exatamente como a mudança foi produzida e descobriu algo muito instigante. A grande lição que ele aprendeu foi que o que todos nós pensávamos sobre a Índia estava equivocado. Que as pessoas estavam agindo juntas, milhares delas, talvez milhões, não porque elas acreditavam religiosamente na mesma coisa, mas elas tinham o mesmo objetivo político, era estratégico. Foi algo como: esse é objetivo, nós queremos os ingleses fora daqui, queremos uma Índia liderada e governada por indianos, nós achamos que violência é contraproducente e por isso vamos usar esse outro método. Isso foi um momento muito poderoso para o Gene, que o levou a se perguntar: onde mais isso foi usado? Então ele começou a estudar isso, não só na Índia, mas também o movimento pelos direitos civis e centenas de casos anteriores. Conforme ele estudava essas centenas de casos, ele queria descobrir se havia padrões e lições. Pegar esse conhecimento histórico e descobrir o que aconteceu, como aconteceu, o que deu errado, o que funcionou, quais foram os fatores que contribuíram para movimentos bem sucedidos ou para derrotas. E ele pensou: nós podemos aprender muito com as derrotas, assim como podemos aprender com os sucessos. E se você puder pegar esse conhecimento e criar um sistema que pode ser aplicado por pessoas que não têm um sistema de crenças em não-violência, mas que querem alcançar algo e seja por qual for a razão, querem aplicar essa técnica. Então Gene começou a escrever e escreveu muitos, muitos livros, uns bem longos, outros bem curtos. Sua ideia era que esse conhecimento genérico não é para um país específico ou sociedade específica, mas pode ser usada por pessoas que no presente podem estar fracas e que precisam desenvolver capacidade de lutar contra oponentes organizados e poderosos.
ÉPOCA - Em 2015, as pessoas podem pensar que a questão da resistência não-violenta é algo do passado. Por que esses métodos permanecem atuais?
Raqib – A ideia de poder é muito central para a democracia. Quando pensamos que o poder está fora de nós e está nos líderes, que devemos confiar neles para que façam as coisas certas, isso é muito perigoso. Porque líderes falham, instituições falham, é preciso haver uma forma para as pessoas entenderem o poder e as responsabilidades que têm em tentar defender sistemas quando eles funcionam bem e tentar mudá-los quando não funcionam. E isso não significa uma revolução, na qual você vai se livrar do governo. Esse é o equivoco das pessoas quando pensam que essa é a única forma como isso funciona, como na Tunísia, ou no Egito e outros. Acredito que existem outras formas de isso ser aplicado em diferentes questões, questões menores dentro da sociedade. A técnica tem continuado relevante, é utilizada todos os dias em todos os países do mundo, em todas as sociedades. É usada em qualquer hora em que as pessoas se recusam a fazer algo que é requerido, ou quando elas fazem algo que é proibido. Qualquer momento em que você para de cooperar com o sistema para enfraquecê-lo. Isso é algo que tem continuado relevante porque conflito é parte do mundo em que vivemos. Nossa visão de sociedade é baseada num entendimento da sociedade como ela é. Não em como nós queremos que ela seja. Nós queremos que ela seja de um jeito, trabalhamos para que ela seja de um jeito, mas no meio tempo precisamos trabalhar com a sociedade que nós temos, que tem muitos problemas. As pessoas querem tirar nossos direitos, nós precisamos lutar contra isso. Precisamos então de uma forma de fazer isso, nós não podemos dizer: queremos nos livrar do conflito. Conflito pode ser uma coisa boa, conflito é a razão pela qual nós, mulheres, por exemplo, temos os direitos que temos. Nos Estados Unidos um grande número de pessoas pensa que os direitos que temos nos foram dados por pessoas legais e generosas. Em nenhum lugar do mundo isso é verdade, sempre foi por meio de pessoas que lutaram por isso. Então, até atingirmos uma sociedade perfeita, precisamos a continuar a lutar por esses direitos, porque os direitos que nós temos podem nos ser tomados. E precisamos ter uma forma de parar isso.
ÉPOCA - Um dos exemplos mais recentes e famosos de resistência não violenta foram os processos da Primavera Árabe. Quase cinco anos depois, só a Tunísia parece estar no caminho certo. Os métodos falharam? O que deu errado?
Raqib – A qualquer momento em que você vá lutar para produzir mudança política há um perigo, um risco associado a isto. Nós precisamos entender resistência não-violenta como uma técnica que produz mudança política, o que dá a oportunidade para as pessoas lutarem para que uma nova sociedade surja.  Mas nós devemos julgar essa técnica da mesma forma como julgamos outras técnicas de mudança. Então, quando a violência é usada por uma sociedade para produzir mudança e a sociedade que vem depois não é perfeita ou tem problemas, nós dizemos que violência não funciona? Não. Nós normalmente dizemos que existiram uma série de fatores que não foram colocados em prática para criar uma transição. Como no Afeganistão. Dez anos de guerra com os soviéticos e as pessoas dizem que aquilo foi um sucesso. Destruiu o país, produziu dez anos de guerra civil, produziu as bases para outra guerra de dez anos que continua até hoje. Mas não dizem que a violência falhou. As pessoas dizem que houve uma série de fatores que contribuíram para a continuação de um conflito e a não transição para um sistema democrático. Ativistas, muito antes de conduzirem esforço de luta, precisam ter uma ideia clara de como eles vão proteger e defender os ganhos que fizeram durante uma luta e durante uma mudança bem sucedida. E não há pessoas o suficiente fazendo isso. Esse é um problema em comum entre resistência violenta e não-violenta. Não só com isso: o que vem depois. Nós somos muito impacientes por mudança, como qualquer ser humano. Mas eu acho que as pessoas estão aprendendo que uma vez que o sucesso ocorra, há o passo seguinte. E esse não é o momento de sentar e relaxar. E dizer, é isto, acabou, o que nós acabamos de fazer foi exercitar nossos direitos, mas agora vamos dá-los a outra pessoa para que decida por nós. Isso é um perigo e nós vimos isso em uma série de lugares. Para a resistência não-violenta funcionar bem, para que haja sucesso, ela depende do empoderamento de pessoas comuns. Quando um movimento de resistência não- violenta acontece, mesmo aqueles que não são bem sucedidos, mais frequentemente eles levam a uma transição democrática. E é o processo de empoderamento e construção de instituições que pode ter um papel central em transições para democracia.
ÉPOCA - Se esse empoderamento não tem volta, então é possível vislumbrar a democratização de países como o Egito?
Raqib - Acho que nós podemos ter esperança porque as pessoas do Egito têm esperança. Nós não precisamos declarar a situação como um fracasso, antes que os egípcios o declarem. E nós sabemos, porque nós estamos em contato com algumas dessas pessoas que são muito ativas hoje, que enfrentam um desafio muito extremo e se sentem de muitas formas, com raiva, porque as coisas pelas quais eles lutaram lhes foram usurpadas. Mas eles também entendem que a luta continua e, enquanto a luta continuar, a luta não está acabada. Quando nós dizemos que o Egito é um fracasso, nós dizemos para as pessoas do Oriente Médio e para as pessoas do mundo que suas escolhas são ficar com o governo terrível que você tem, ou fazer nada. Ou ainda usar violência ou caos. Por que o que as ditaduras dizem às pessoas? Elas dizem: vocês têm que ficar conosco porque nós estamos criando uma sociedade que é ao menos, estável. Senão é o caos. As pessoas olham para o Egito e pensam: talvez nós devamos ficar com o governo que já temos. Porque o resto é tão ruim. Na Síria é a mesma coisa. "Talvez Assad era terrível, suas políticas eram terríveis, mas o que temos agora é pior”. Acho que nós temos que nos distanciar desse tipo de comparação. Precisamos dizer que, se uma técnica  é aplicada de maneira equivocada, não se pode esperar que ela gere resultados da forma que pensamos: por que o Egito não é a Suécia agora? É esperar muito. Aprendemos que há um poder e potencial nas pessoas ao fazerem isso e que, não importa o que tenha acontecido, é muito perigoso dizer a elas que suas escolhas são caos ou ditadura.
ÉPOCA - No caso dos palestinos, iniciativas de resistência não-violenta tiveram avanços pontuais, como mudanças na trajetória do muro de separação. No entanto, o objetivo maior – o fim da ocupação – não foi atingido. Hoje, vemos uma geração bastante desiludida, recorrendo mais uma vez à violência. Como é possível inspirá-los novamente em persistir em iniciativas não violentas?
Raqib - O cenário mudou muito, a pressão de muitas formas é pior, as condições econômicas são muito piores do que na 1ª Intifada. Eu estive lá há exatamente um ano, e vi que as pessoas estão, compreensivelmente, muito frustradas. O que dá amplitude para as vozes que estão dizendo: violência é a forma pela qual conseguiremos. Eu acho que os ganhos (da resistência não-violenta) foram bastante significativos, mas eles não duraram. O oponente é muito habilidoso em combater a resistência não-violenta, eles foram muito eficazes em minar as iniciativas de resistência não-violenta palestinas. O problema é que as pessoas se sentem muito fracas. As pessoas estão muito isoladas umas das outras e ação coletiva é muito difícil quando se tem uma situação tipo queijo suíço, existem vilarejos completamente cortados (do resto da Cisjordânia). E eu fui a um em que havia um homem que vivia nessa colina e eles iam construir o muro cortando a casa dele, e estavam tentando tirá-lo de lá. É claro que ele não queria ir embora, então ele escolheu ficar. Eles então disseram: nós vamos construir o muro ao seu redor, ele ficou completamente fechado, encapsulado ali. Eu pensei: como você espera que as pessoas se organizem quando você tem esse nível de isolamento?  Obviamente ação coletiva é muito difícil em locais onde há esse tipo de sociedade civil desconectada. Mas o que eu achei incrível foi esse ato de resistência que esse homem fez ali. E depois, eles trouxeram escavadeiras, quem o ajudou a reconstruir? Não foi o governo palestino, foram grupos da sociedade civil que se organizaram e criaram aquele apoio para ele e conseguiram levantar US$ 50 mil dólares para reconstruir sua casa onde ela foi destruída. Esse tipo de ação em uma situação como essa é incrivelmente importante. Os protestos semanais, ouvi falar que em muitos lugares, eles forçaram o muro a se deslocar. Mas em termos de ganhos substanciais, o protesto simbólico não funcionou. É um erro em assumir que se você só for às ruas e mostrar ao mundo o quão ruim a situação é, o quão bravo você está, que alguém de fora vai vir e salvar você. Existem exemplos incríveis na história, nos quais existe uma situação como esta, onde as pessoas se sentem muito enfraquecidas, em que elas estão sendo requisitadas por seus líderes a agir - vamos lá enfrentar essa opressão, e nós queremos liberdade e igualdade. E as pessoas comuns estão respondendo: do que você está falando? Eu estou tentando alimentar meus filhos. Sim nós queremos liberdade e igualdade, mas talvez tenhamos essas questões pontuais, pelas quais podemos começar. Que tal se organizar ao redor dessa questão pontual? E ai quando você for bem sucedido, é assim que você constrói um movimento. É assim que você constrói campanhas para o tipo de mudança que você quer e no fim, é assim que mudança significativa que dura acontece. Começando pequeno.
ÉPOCA - A senhora acha que é possível combater o terrorismo com técnicas de não-violência?
Raqib - Terrorismo é um fenômeno terrível que tem um impacto terrível em nossa sociedades, mas é uma ferramenta política. Usualmente as pessoas não estão cometendo atos de violência gratuitamente, eu os vejo frequentemente como atores racionais, a não ser que elas sejam mentalmente instáveis. Nos Estados Unidos, se você diz isso, as pessoas acham que você é maluco, ou que você os apoia. Eu não digo racional querendo dizer que faz sentido, ou que eu os apoie. Digo racional no sentido de que eles acham que fazer algo atingirá certo objetivo. Quando você vê esses atos, eles são tão violentos, que você diz essas são pessoas desumanas, que são animais, que merecem ser eliminados. Nós podemos concordar ou discordar que é correto ir e eliminar as pessoas. Se você pudesse fazê-lo, então essa seria uma boa questão, mas eu não vejo como meios militares vão resolver uma situação como o Estado Islâmico. Resistência não-violenta é uma ferramenta que poderia ser utilizada contra eles, que pode ser altamente eficaz, que tem sido eficaz de maneiras limitadas e em número de exemplos que são completamente ignorados pela comunidade internacional. Existe esse exemplo de quando o Estado Islâmico capturou Mosul, em junho de 2014. Como é o caso em um número de lugares diferentes onde movimentos ou governos ou quando um exército toma um território, eles entendem que o sistema escolar é uma grande ferramenta que precisa ser controlada. E isso foi o que fizeram. Eles capturaram o sistema escolar e impuseram um novo currículo. O novo currículo dizia basicamente que as matérias normais seriam removidas e em seu lugar haveria treinamento militar e o estudo islâmico. Muitas pessoas disseram: nós recusamos que nossas crianças sejam doutrinadas. Então, houve um boicote massivo do sistema escolar. E quando as aulas começaram, existe uma série de relatos, as escolas estavam vazias. Nas universidades, os professores iam, marcavam ponto e iam embora. O que é muito triste, porque as pessoas não estão aprendendo, mas as pessoas diziam, preferimos que as escolas sejam fechadas e que nós eduquemos nossas crianças em casa, do que criar jovens doutrinados que serão o futuro, possivelmente, desse movimento. A escala de desobediência desses pais foi tão vasta que tornou a punição contra eles difícil ou impossível. Isso para mim mostra o poder e potencial. Eles o fizeram sem nenhum conhecimento do que os outros estavam fazendo, não tiveram apoio da comunidade internacional. Esse ato poderoso de desafio contra o Estado Islâmico, no curto prazo. Não é dizer que definitivamente isso vai funcionar, e que parará o EI e produzirá mudança, nós não sabemos disso. Mas o que não sabemos é que os meios militares vão definitivamente funcionar também.  Há dúzias e dúzias desses casos de não cooperação econômica e política, de provocação simbólica do EI, que está criando um problema para eles. O EI não sabe como responder a isso.

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