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sexta-feira, 11 de março de 2016

'Estamos em um processo de evolução e de conquistas de direitos'

Miriam Shirley, VP de mídia da Publicis (divulgação)
10 de março de 2016

Se a discussão sobre o empoderamento feminino é a "bola da vez", nada mais normal que ela seja potencializada no mês marcado como o "mês da mulher", devido à comemoração do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. Sendo a propaganda um dos meios que mais refletem as demandas da sociedade e os assuntos por ela pautados, é nítido o impacto dessas discussões em campanhas e provavelmente o mesmo acontece no interior do mercado.
Falamos com a VP de mídia da Publicis, Miriam Shirley, para saber como ela vê esse movimento sob a ótica de uma líder de agência. Confira o resultado na entrevista abaixo:
Qual a sua visão a respeito do movimento de empoderamento feminino que vem sendo pautado nas campanhas publicitárias?
Acredito que o movimento de empoderamento feminino passa pela publicidade, mas é muito maior do que ele. A propaganda, ao longo das décadas, busca acompanhar a evolução da sociedade em torno dos mais diversos temas, inclusive nos que se referem aos direitos da mulher. Infelizmente, nem sempre acertamos. Muitas vezes, ainda hoje, a mulher é retratada de maneira equivocada em campanhas de diferentes segmentos. Hoje, o público tem muito mais ferramentas para apontar esses erros e exigir mudanças, e esse comportamento é extremamente enriquecedor. É importante, porém, que haja sempre abertura para o diálogo e cuidado com posições extremistas.
É evidente que as demandas femininas ganham cada vez mais representatividade na estratégia das marcas. O mesmo acontece dentro do mercado publicitário? As mulheres vêm ganhando mais espaço de atuação nas agências?
É inegável que ainda não existe igualdade de gênero no mercado de trabalho como um todo, e na publicidade em particular. Estamos em um processo de evolução e de conquistas de direitos, como a equiparação salarial. Mas já avançamos muito. Na agência onde trabalho, temos uma CFO mulher, eu como VP, uma diretora-geral no Rio e várias diretoras de planejamento, atendimento, mídia e criação. O critério de promoção que adotamos é a meritocracia e acredito que essa deva ser a filosofia da maioria das agências. Na prática, porém, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Existem redutos em que a predominância masculina é evidente e entender exatamente por que isso acontece é o primeiro passo para corrigir a rota.
Como esse assunto reflete no seu dia a dia na agência, enquanto mulher e profissional de publicidade?
Na minha área, todas as diretoras são mulheres. Mas não se trata de uma defesa de gênero. Isso acontece simplesmente porque elas têm toda a competência técnica e gerencial para exercer essas funções e conciliá-las com suas vidas pessoais. Eu poderia ter um homem em um cargo de diretoria de mídia hoje. Por acaso, não tenho. Quando avalio um profissional, o gênero definitivamente não é um fator que levo em conta.
Por Mariana Ramos

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