sábado, 11 de junho de 2016

Estudante desenvolve projeto de incentivo para meninas na robótica

Ana Carolina Queiroz foi selecionada para representar o Brasil em evento do G20 na China
09/06/2016 / POR ISABELA MOREIRA
Em agosto deste ano, a jovem Ana Carolina Queiroz, de 18 anos, embarca para a China com uma importante missão: representar o Brasil no Summit Girls(20), um congresso que reúne meninas representantes dos países do G20 e dos sindicatos africanos e do Oriente Médio. O objetivo é fazer com que as 24 escolhidas discutam sobre o engajamento econômico e o empoderamento feminino.
Queiroz foi selecionada por Farah Mohamed, a criadora do evento. A estudante brasileira se destacou por desenvolver um projeto que visa estimular meninas a participarem do ramo darobótica. “Meu projeto busca empoderar meninas de 10 a 14 anos que estão entrando na robótica e mostrar para elas que aquele espaço também é delas”, explica ela em entrevista à GALILEU. “Também vou formar mentoras com idades a partir de 15 anos para serem líderes e terem uma relação de amizade com as meninas mais novas.”MAIS
A ideia surgiu a partir da experiência de Queiroz, que se encantou com a robótica aos 11 anos, em um projeto escolar. Por muito tempo ela foi a única menina da turma, o que resultou em situações de machismo. “Naquela época eu ainda não sabia o que era o machismo, mas sentia que tinha alguma coisa errada”, conta. “Os meninos me subestimavam e tentavam me colocar para baixo. Era um ambiente muito masculino, eu tinha que trabalhar três vezes mais do que eles para provar meu valor.”
Ana Carolina Queiroz, de 18 anos, representará o Brasil no evento Girls(20) (Foto: Acervo Pessoal )
Por conta disso, a estudante está desenvolvendo um site de seu projeto — que está previsto para ser lançado no segundo semestre de 2016 — no qual disponibilizará materiais de estudo para as alunas e textos de apoio, tanto sobre robótica quanto sobre feminismo, para as mentoras. O objetivo é fazer com que as meninas mais novas se sintam confortáveis nos espaços de trabalho, além de ver as mais velhas como exemplos que podem seguir.
Uma vez pronto, o projeto será realizado em parceria com escolas que têm aulas de robótica, além de empresas de tecnologia que possam oferecer computadores e aparelhos adicionais para instituições na periferia, para que mais meninas possam ter acesso aos conteúdos.
A estudante tem ainda uma outra viagem empolgante marcada: em setembro ela se muda para os Estados Unidos para estudar na Universidade Stanford, na Califórnia. Para quem quer ser como Queiroz quando crescer, ela aconselha: “Não se sinta intimidada por algo por que dizem que é de menino. Quando somos mais novos nos importamos muito com o que os outros pensam, mas na vida adulta isso não importa mais.” Fica a dica para um futuro brilhante.

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