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quarta-feira, 6 de julho de 2016

9 escritoras para prestar atenção na Flip 2016

Por que você precisa conhecer (e ler) essas mulheres

POR Pâmela Carbonari 
01/07/2016

Faça um exercício simples: pegue uma lista de grandes clássicos da literatura e encontre mais de quatro escritoras. A menos que a lista seja sobre grandes clássicos da literatura escritos por mulheres, você dificilmente encontrará.

Nas 112 edições do Nobel de Literatura, apenas 13 mulheres ganharam o prêmio. A literatura, assim como outros setores culturais, é um meio dominado por homens. Editores homens que editam escritores homens para vender livros a livreiros homens. No entanto, do outro lado da estante, as mulheres são maioria. Segundo uma pesquisa do Instituto Pró-Livro, 59% dos leitores brasileiros são mulheres.

Apesar de a maioria dos escritores amplamente reconhecidos serem homens, não existe distinção de gênero na hora de escrever boa literatura. A homenageada deste ano na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) é uma mulher: a poeta Ana Cristina César, Ana C.

É possível notar uma atenção maior ao que as mulheres estão escrevendo pela lista de autores convidados para participar da festa, que começou em Paraty-RJ nesta quarta-feira e vai até domingo. Na última edição, dos 43 escritores, apenas 11 eram mulheres. Neste ano, a Flip é delas – dos 40 convidados, 18 são mulheres. Confira na galeria acima 9 escritoras para ficar de olho:

Annita Costa Malufe
A poeta e tradutora paulistana é autora das coletâneas de poesia: Fundos para Dias de Chuva (2004), Nesta Cidade e Abaixo de Teus Olhos (2007), Como se Caísse Devagar (2008) e Quando Não Estou por Perto (2012). Annita também é professora da PUC-SP e acaba de publicar seu novo livro de poemas Um caderno para coisas práticas.

Gabriela Wiener 
A jornalista peruana Gabriela Wiener escreve sobre sexo, drogas e ritos culturais. A obra da autora é permeada por referências autobiográficas, como em Nueve Lunas (2010), em que ela narra sua própria gravidez. Seu livro de perfis Sexografias (2008) é um ícone do jornalismo gonzo. Gabriela vive na Espanha desde 2003 e é colunista do El País.

Helen Macdonald
O título do livro F de Falcão (2014) não é uma metáfora escolhida aleatoriamente. Helen perdeu o pai em 2007 e, para tentar superar o luto, decidiu retomar sua obsessão de infância e domar um falcão selvagem. A obra é resultado dessa tentativa: um relato visceral sobre dor e superação. F de Falcão ganhou o prêmio Samuel Johnson, que elege os melhores livros de não ficção em língua inglesa. A escritora britânica, além de falcoeira profissional, é ilustradora e historiada na Universidade de Cambrigde.

Juliana Frank
Com muito detalhe e pouco pudor, Juliana narra as experiências sexuais de Leysla Kedman, ex-atriz pornô e personagem princiapl do romance erótico Quenga de Plástico (2011). Dois anos depois, a paulistana que atualmente vive no Rio de Janeiro lançou Cabeça de Pimpinela (2013) e Meu Coração de Pedra-Pomes (2013). Juliana está trabalhando na adaptação para o cinema do romance Pornopopéia, de Reinaldo de Moraes, e seu novo livro Uísque e Vergonha acaba de sair do prelo.

Laura Liuzzi
A carioca estreou aos 25 anos com a coletânea de poemas Calcanhar (2010). Em 2014, Laura publicou seu segundo livro de poesias Desalinho (2014). A escritora também foi assistente do cineasta Eduardo Coutinho nos documentários Um Dia na Vida (2010), As Canções (2011) e Últimas 

Kate Tempest
É difícil definir Kate em uma só palavra, ela não se encaixa no estereótipo introspectivo de uma poetisa. A londrina escreve, faz performances e canta raps que misturam poemas eruditos com referências atuais de hip hop. A jovem foi a primeira pessoa com menos de quarenta anos a ganhar o Ted Hughes Award, prêmio de poesia britânica. Seu primeiro romance The Bricks that Built Houses (2016), sem título em português, será lançado em breve no Brasil.

Svetlana Aleksiévitch
Entre explosões e ambições políticas, a condição humana - A jornalista e escritora foi primeira mulher russa a ganhar um Prêmio Nobel de Literatura, no ano passado. Em suas cinco obras, Svetlana deu voz às vítimas anônimas durante guerras e perseguições do regime soviético e pós-soviético. Seu primeiro livro de sucesso foi A Guerra Não Tem Rosto de Mulher (1985), uma narrativa sobre as mulheres que participaram da Segunda Guerra Mundial. Mas foi com Vozes de Tchernóbil(1997), que a literatura da bielorrussa ganhou o mundo. Em seu livro mais recente, O Fim do Homem Soviético (2012), ela tece relatos sobre o desencanto russo e as consequências do fim da URSS.

Tati Bernardi
Tati é pop e multimídia. De forma ágil, sincera e bem-humorada, a escritora paulistana escreve sobre amor, sexo e comportamento feminino. Ela é autora da seleção de contos A Mulher que Não Prestava(2006), a antologia de crônicas Tô com Vontade de Alguma Coisa que Eu Não Sei o que é (2008), A Menina da Árvore (2008), Meu Passado me Condena (2015), A Menina que Pensava Demais (2010) e o recente Depois A Louca Sou Eu (2016). Tati também escreve roteiros para televisão e cinema.

Marília Garcia
Nômades, viajantes e amantes de poesia de qualidade têm bons motivos para ler a obra de Marília. Seu livro 20 Poemas para o seu Walkman (2007) é uma coleção de olhares de flâneur sobre lugares como Berlim, Paris, o deserto mexicano e a Catalunha. A carioca escreveu Engano Geográfico (2012), Um Teste de Resistores (2014) e Paris Não Tem Centro (2015). Marília também é tradutora e editora da Luna Parque Edições e da revista virtual Modo de Usar & Co.


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