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sábado, 5 de novembro de 2016

Sobre a difícil jornada da mulher no mercado publicitário


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As mulheres no século XX passaram por revoluções de representatividade e se viram empoderadas em diversos ambientes em que antes a voz delas era completamente silenciada. A mulher hoje olha para o passado e sorri com as difíceis vitórias que foram alcançadas. Porém, mesmo com os progressos, ainda há uma área em que a desigualdade de gênero é percebida de modo mais agudo: o mercado de trabalho.
Atualmente, de acordo com o último relatório da Organização Internacional de Trabalho, as mulheres continuam no escritório por mais tempo que os homens e recebem em média 77% menos do que seus pares masculinos. Para abordar esse desnível no mercado publicitário e mostrar como é possível aumentar a representividade, Monica Moro, diretora criativa da McCANN Espanha, veio ao El Ojo 2016.
“É quase tão difícil levar um raio na cabeça quanto ser diretora criativa. No nosso ramo, apenas 3% das mulheres exercem essa função no mundo. Segundo pesquisa, existem mais pessoas com o nome de John do que comandantes empresariais do sexo feminino. Então, se você quer que sua filha faça sucesso, ponha o nome dela de John”, defendeu a executiva.
Cansada de todo esse panorama, Monica criou com amigas o Mais Mulheres Criativas. “Estávamos estafadas de não aparecermos e montamos esse coletivo. A gota d´água foi no Festival El Sol, que contava com 50 júris e apenas três tinham mulheres. A partir daí, nos engajamos e cobramos resultados que vieram um ano depois. Agora a organização já disse que 50% dos convidados serão juradas”.
Além de oportunidades diferentes para cada gênero, a publicitária apontou a descrença que o setor ostenta nos dias de hoje. “Em um ranking recente o publicitário é um dos profissionais mais desacreditados da Espanha, só perde praticamente para banqueiros e políticos. Não acreditam no que falamos, por isso procuramos usar as marcas como patrocinadores do que temos dentro de nós”, contou a profissional.
Diante desse panorama, a criativa resolveu aumentar a exposição das mulheres e contar histórias que humanizem empresas e sociedade. “Um dos exemplos que mais gosto é a que fizemos para a Campofrio. Em meu país, a indústria de alimentos é a que mais mal retrata as mulheres e quisemos romper esse paradigma. Para isso, criamos um restaurante especial para as espanholas, tidas como as mais estressadas de toda Europa”, disse a diretora.


Na campanha, não foi usado apenas uma boa ideia, mas todo um projeto que expõe o DNA da agência, apoiado em estudos sociais e a busca por proporcionar melhor qualidade de vida. “Há alguns anos, as crianças na Península Ibérica têm ficado cada vez mais pobres, três em cada 10 estão em risco de pobreza. E queríamos que elas também fossem levadas em consideração nas propostas políticas. Por isso, nas eleições presidenciais fizemos uma campanha especial onde nove milhões delas votaram”, comentou a publicitária.

“Eu como mulher e latina percebo o quanto tenho que lutar para permanecer onde estou. Vi que o talento não existe, tudo é muito trabalho. Procuramos pôr isso em prática na agência. Buscamos saber tudo o que está acontecendo ao nosso redor e da marca para contar histórias que façam sentido para elas e mudem de alguma forma o modo de ver as coisas”, finaliza Monica.

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