29/12/2016 / POR ISABELA MOREIRA
Em dezembro deste ano, o mundo perdeu uma de suas principais astrofísicas: Vera Rubin. Nascida na cidade da Filadélfia, no estado americano da Pensilvânia, em julho de 1928, ela começou a se interessar pelos mistérios do universo ainda criança. Décadas depois, a menina que "preferia ficar acordada observando as estrelas em vez de dormir" foi responsável pela confirmação da existência da matéria escura, material que corresponde a 23% da composição do universo.
Rubin faleceu aos 88 anos. Em homenagem à ela, separamos algumas das principais curiosidades sobre sua carreira. Veja abaixo:
1 - Ela se inspirou em grandes mulheres da astronomia
No início da vida adulta, Rubin decidiu que estudaria astronomia na Vassar College, em Nova York, quando descobriu que Maria Mitchell, a primeira astrônoma profissional dos Estados Unidos, foi professora da instituição no século 19.
No início da vida adulta, Rubin decidiu que estudaria astronomia na Vassar College, em Nova York, quando descobriu que Maria Mitchell, a primeira astrônoma profissional dos Estados Unidos, foi professora da instituição no século 19.
Mitchell ficou conhecida após descobrir o "Cometa da Senhorita Mitchell", oficialmente chamado de C/1847 T1, em 1847. No ano seguinte, a astrônoma se tornou a primeira membro mulher da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos e, em 1869, foi a primeira mulher eleita para a Sociedade Americana Filosófica.
Durante sua carreira, ela ainda foi diretora do observatório da Vassar College, bem como ativista pelo fim da escravidão e uma das criadoras da Associação Americana de Avanços das Mulheres.
2 - Ela abriu espaço para a participação de mulheres na astronomia
No início da carreira de Rubin, só homens eram permitidos no Observatório Palomar, na Califórnia. O local era essencial para qualquer observação na região, ainda assim, as autoridades proibiam a entrada de mulheres por não ter "cômodos apropriados para elas".
No início da carreira de Rubin, só homens eram permitidos no Observatório Palomar, na Califórnia. O local era essencial para qualquer observação na região, ainda assim, as autoridades proibiam a entrada de mulheres por não ter "cômodos apropriados para elas".
Em 1963, Rubin quebrou o estigma e se tornou a primeira mulher a utilizar os telescópios do observatório. Ao longo de sua carreira, ela fez questão de se envolver com diversos projetos e organizações que tinham como objetivo aumentar a participação das mulheres na ciência, principalmente na astronomia.
3 - Graças à ela, sabemos a composição de parte do universo
No início da década de 1960, Rubin começou a aprofundar seus estudos sobre galáxias. Com a ajuda de seu colega, Kent Ford, ela estudou a distribuição de massa da galáxia de Andrômeda por meio de análises das velocidades de órbitas das estrelas e os gases presentes a diferentes distâncias do centro galáctico. Para a surpresa da dupla, as velocidades não iam de acordo com a Teoria de Newton, e as estrelas que estavam distantes do centro eram tão rápidas quanto as próximas.
No início da década de 1960, Rubin começou a aprofundar seus estudos sobre galáxias. Com a ajuda de seu colega, Kent Ford, ela estudou a distribuição de massa da galáxia de Andrômeda por meio de análises das velocidades de órbitas das estrelas e os gases presentes a diferentes distâncias do centro galáctico. Para a surpresa da dupla, as velocidades não iam de acordo com a Teoria de Newton, e as estrelas que estavam distantes do centro eram tão rápidas quanto as próximas.
Na década seguinte, ao analisar outras galáxias, a astrofísica descobriu que algo além da massa visível era responsável pelo movimento das estrelas: a matéria escura, um material que não emite luz e tem entre cinco e dez vezes mais massa do que a galáxia luminosa.
A existência desse material já havia sido proposta em 1933 pelo astrofísico suíço Fritz Zwicky, mas foi só mais de 40 anos depois, com a descoberta de Rubin, que sua existência pôde ser confirmada. Com isso, descobriu-se que o material compõe 23% do universo.
4 - Rubin nunca ganhou o prêmio Nobel
A astrônoma nunca recebeu um reconhecimento à altura da sua contribuição para a astrofísica. Em entrevista ao Washington Post, a astrônoma Emily Levesque, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, afirmou que o objetivo do Nobel é reconhecer as principais descobertas da física. "Se a matéria escura não se encaixa nessa descrição, não sei o que se encaixa", disse.
Galileu
A astrônoma nunca recebeu um reconhecimento à altura da sua contribuição para a astrofísica. Em entrevista ao Washington Post, a astrônoma Emily Levesque, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, afirmou que o objetivo do Nobel é reconhecer as principais descobertas da física. "Se a matéria escura não se encaixa nessa descrição, não sei o que se encaixa", disse.
Galileu
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