Suzanne Brack, na Irlanda, disse que os sentimentos que ela teve por sua filha não foram iguais ao que ela sentiu por seu filho logo depois de este nascer.
Nos dias seguintes ao parto, disse Brack, ela aparentava estar muito bem, mas, por dentro, não estava.
“A ideia de enfrentar mais um dia com minha filha, de ter que atender às necessidades dela o tempo todo, me parecia um fardo tremendo”, ela escreveu no Facebook em 6 de dezembro.
“Os dias iam passando e a rotina era a mesma: o choro constante e agudo dela na minha cabeça, e eu sem poder fazer nada sem carregá-la no colo.
“Eu a odiava, mas não podia deixar que o mundo percebesse.”
Brack disse que passava o dia chorando, mas, quando havia qualquer pessoa por perto, cercava-se de um muro invisível para ocultar o que estava sentindo realmente.
“Eu pensava comigo mesma: ‘Estou fracassando como mãe, eu a odeio, qual é o meu problema?’”, Brack contou.
“Eu me sentia fora de controle; nada estava bom para ela, nada. Era uma choradeira constante, toda hora ela queria atenção, eu mal tinha tempo para tomar banho. Eu não me conhecia mais. Estava afundando.”
A mãe contou que não recebeu muito apoio porque não teve coragem de contar à sua família ou a seu companheiro o que estava acontecendo, com medo de que pensassem que ela tinha enlouquecido.
Ela detalhou os pensamentos negativos que passaram por sua cabeça, incluindo culpar sua filha por estragar a relação que ela tinha com seu filho.
“Um dia eu gritei com ela quando ela estava no carrinho: berrei ‘cala a boca!’ a plenos pulmões e me afastei dela, indo para o sofá”, prosseguiu Brack.
Depois de quatro meses, ela decidiu procurar ajuda. Telefonou ao médico e disse que não estava mais dando conta. Ela foi levada ao hospital e recebeu o diagnóstico de depressão pós-natal.Desde então ela vem recebendo apoio profissional e percebeu que calar a respeito do que estava sofrendo não ajudou em nada.
“Quero que as pessoas entendam o sentido de saúde mental – que um transtorno pode acontecer com qualquer pessoa, e você precisa combatê-lo”, disse Brack. “Não existe nada melhor do que sair bem do outro lado.”
“A mente é a coisa mais poderosa que existe. Todo o mundo trava uma batalha, quer seja pequena ou grande, e precisamos ter mais consciência disso.
“Se alguém se identifica com aquilo pelo qual passei, saiba que é sempre melhor se abrir sobre isso. Eu ainda estou lutando, mas estou superando. Cada passo andado é um passo adiante.”
Suzanne Brack foi elogiada por abrir-se para contar sua história.
“Obrigada por compartilhar sua história, Suzanne, você é tão corajosa”, escreveu uma mulher.”
“Eu sou mãe, já tive depressão pós-parto três vezes e sei como isso pode ser terrível, mas estou melhor agora. Continue a lutar. Precisamos de mais gente como você para promover a conscientização sobre esse problema.”
Outra mulher comentou: “Obrigada Suzanne, você é uma inspiração. Era exatamente isso que eu precisava ouvir hoje para finalmente me convencer a buscar ajuda.”
Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost UK e traduzido do inglês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário