FOTO: RESIST!/REPRODUÇÃO
 CAPA DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO JORNAL COM A MANCHETE 'O LUGAR DAS MULHERES É NA REVOLUÇÃO!'

  • Juliana Domingos de Lima
  •  07 Fev 2017

    Publicação foi distribuída durante manifestação de mulheres contra o presidente americano em janeiro e pretende ser uma voz dissonante, entoada por minorias

    O movimento de mulheres que fazem oposição ao presidente americano Donald Trump gerou uma das maiores manifestações de massa da história dos EUA em 21 de janeiro de 2017, dia seguinte a sua posse. Paralelamente, artistas se mobilizaram para engrossar o coro contra o presidente eleito.
    Na intersecção desses dois setores descontentes com os rumos da política americana surgiu o “Resist!”, um jornal feito por mulheres, impresso e on-line, que publicou, em sua primeira edição, quadrinhos sobre as pautas que mais preocupam minorias na administração Trump, como direitos sexuais e reprodutivos, assédio sexual, diversidade e direitos das mulheres imigrantes e refugiadas.
    A primeira edição do jornal foi distribuída gratuitamente durante a Women’s March, marcha de mulheres que tomou as ruas de Washington e outras cidades nos Estados Unidos e no mundo no dia 21 de janeiro. De acordo com o site da publicação, 60.000 exemplares foram entregues entre os dias 21 e 23. 
    O tabloide de 40 páginas contém trabalhos de quadrinistas como Alison Bechdel, autora de “Fun Home” e “Você é Minha Mãe?”, Lynda Barry, Roz Chast e muitas outras, que enviaram seus quadrinhos quando uma chamada para que artistas do mundo todo fizessem parte da edição foi aberta. Segundo o site do ‘Resist!’, além das veteranas, há quadrinhos estreantes, feitos por meninas  de apenas 13 anos.
    Mais quadrinhos publicados no jornal podem ser vistos aqui.
    FOTO: ANNE JORDAN/REPRODUÇÃO
     'EU DESENHEI ESSA IMAGEM NO DIA SEGUINTES A ELEIÇÃO PORQUE EU SENTI QUE TRAÍMOS OS MUÇULMANOS AMERICANOS'
     
    FOTO: MEGAN N. LIBERTY/HYPERALLERGIC
     ENTRE AS PAUTAS DOS QUADRINHOS ESTÃO TEMAS CAROS PARA ATIVISTAS FEMINISTAS, COMO DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS, ASSÉDIO SEXUAL, DIVERSIDADE E DIREITOS DAS MULHERES IMIGRANTES E REFUGIADAS
     
    FOTO: GAYLE KABAKE/REPRODUÇÃO
     KABAKE DESENHOU 'MULHERES DE TODAS AS CORES' PORQUE GOSTARIA QUE TODAS AS MULHERES ESTIVESSEM REPRESENTADAS NA MARCHA
    FOTO: ALISON BECHDEL/REPRODUÇÃO
     ALISON BECHDEL TAMBÉM ASSINA OS QUADRINHOS 'FUN HOME' E 'VOCÊ É MINHA MÃE?'
     Quem edita
    Por trás da organização e edição dos trabalhos enviados estão Françoise Mouly, editora da seção dedicada às artes da revista “The New Yorker”, e a artista Nadja Spiegelman, sua filha. 
    Mouly levou o trabalho de uma das artistas da primeira Resist!, Abigail Swartz, para a capa da New Yorker da primeira semana de fevereiro.
    Swartz, ativista e mãe do Maine, fez uma releitura de “Rosie, a Rebitadeira”, figura do famoso cartaz com a frase “We Can Do It!”.
    A “Rosie” de Swartz é uma mulher negra usando um “pussyhat”, a toca cor de rosa com orelhas de gato tricotada pelas participantes da Women’s March, que se tornou símbolo da manifestação. Swartz é autora de uma ilustração da ativista dos direitos civis Rosa Parks publicada na primeira “Resist!”.
    FOTO: ABIGAIL SWARTZ/REPRODUÇÃO
     A TOCA COR DE ROSA COM ORELHAS DE GATO SE TORNOU O SÍMBOLO DESSA MANIFESTAÇÃO
     Segunda edição
    O lançamento do segundo número da publicação está previsto para julho de 2017, em torno do dia 4, data em que os Estados Unidos comemoram sua independência. O tema geral da edição deve ser “Imaginando os EUA da Forma Como Gostaríamos que Fosse”, segundo o site da ‘Resist!’.
    A chamada está aberta para artistas do mundo inteiro que queiram enviar seus trabalhos para o jornal, embora ele se anuncie como uma plataforma para “vozes femininas e de outras minorias”.