terça-feira, 6 de junho de 2017

Governos do Cone Sul lançam estratégia para reduzir gravidez adolescente não planejada

A cada três bebês nascidos de mães adolescentes na América Latina, dois são de países do Cone Sul. Esta realidade, comum em Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, é resultado das grandes desigualdades que demandam uma resposta coordenada entre diversos setores.
Segundo relatório apoiado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a taxa de fecundidade adolescente nesses países é bastante elevada quando comparada à taxa mundial e de outros países em desenvolvimento.
Países do Cone Sul tem taxa maior de gravidez na adolescência quando comparada à taxa global e de outros países em desenvolvimento. Foto: Solange Souza/UNFPA Brasil
Países do Cone Sul tem taxa maior de gravidez na adolescência quando comparada à taxa global e de outros países em desenvolvimento. Foto: Solange Souza/UNFPA Brasil
A cada três bebês nascidos de mães adolescentes na América Latina, dois são de países do Cone Sul. Esta realidade, comum em Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, é resultado das grandes desigualdades que demandam uma resposta coordenada entre diversos setores.
Pensando nisso, será apresentado nesta terça-feira (6) em Assunção, no Paraguai, o Marco Estratégico Regional para Prevenção e Redução da Gravidez não Intencional na Adolescência. Este instrumento de política pública define as linhas e abordagens para enfrentar este desafio nos setores de saúde, educação e proteção social, com envolvimento das comunidades e das(os) próprias(os) adolescentes.
O lançamento, liderado pelos ministros paraguaios da Saúde Pública e Bem-Estar Social, Educação e Ciências e pela Secretaria da Infância e Adolescência, com apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), contará com a participação de autoridades de todos os países envolvidos.
De acordo com o relatório “Fecundidade e Maternidade Adolescente no Cone Sul: Anotações para a Construção de uma Agenda Comum”, a taxa de fecundidade adolescente (15-19 anos) na região — de 73,2 a cada 1 mil — é considerada elevada, quando comparada à taxa mundial (48,9) e dos países em desenvolvimento (52,7). O índice é praticamente o dobro das outras regiões, sendo superado apenas pela taxa africana, que atinge 103 a cada 1 mil.
Por este motivo, é fundamental intensificar os esforços em políticas públicas implementados pelos países do Cone Sul por meio da inclusão de novos atores na resposta, fortalecimento de marcos legais e das instituições responsáveis por garantir os recursos que tornam possíveis o exercício dos direitos, disse o UNFPA. Além disso, deve haver uma política de monitoramento e avaliação permanente voltada a fornecer informação atualizada que permita reorientar as ações em tempo real.
A construção de um marco estratégico conjunto se propõe a ser uma ferramenta de cooperação horizontal a fim de potencializar um movimento virtuoso. Por um lado, nutre-se das melhores tradições e experiências da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai; por outro, surge como um espaço de orientação para a implementação de políticas comuns para o Cone Sul, segundo a agência da ONU. As políticas serão revisadas e, eventualmente, reformuladas no nível nacional para que atendam às necessidades dos grupos menos favorecidos.
As diferenças tão marcantes no comportamento reprodutivo das adolescentes da região são ainda mais expressivas quando comparadas à taxa global de fecundidade, isto é, a média de filha(os) por mulher. Na América Latina e Caribe, a taxa é de 2,3 filhas(os) – abaixo da média mundial, de 2,5 filhas(os). Esta dissociação é resultado de uma queda continuada da fecundidade em geral — particularmente durante metade do século 20 —, que não vem sendo acompanhada por mudanças significativas na fecundidade adolescente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário