FAO divulgou resultado de concurso de histórias de mulheres rurais na América Latina e no Caribe. Foto: EBC
11/09/2017
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou nesta segunda-feira (11) a lista de vencedoras do concurso de histórias de mulheres rurais da América Latina e do Caribe.
Mulheres que enfrentaram os efeitos da industrialização de cacau na Bolívia e outras que semearam palmeiras nos territórios recuperados pela paz na Colômbia foram as vencedoras do concurso de relatos e fotografias organizado pela agência da ONU.
O concurso fez parte da campanha regional de comunicação “Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos” liderada pela FAO para explicar o papel fundamental das mulheres rurais para o desenvolvimento sustentável.
Ao todo, o concurso recebeu 244 relatos de vida e experiências de empoderamento comunitário de 18 países da região.
“As histórias que participaram do concurso nos transportaram para os diversos mundos das mulheres rurais. Elas contaram suas ideias, seus desafios e seus sonhos”, destacou Claudia Brito, oficial de gênero da FAO.
Os primeiros lugares das categorias do concurso serão premiados na 27ª Reunião Especializada da Agricultura Familiar do Mercosul (REAF Mercosul), que será realizada em dezembro no Brasil. Na oportunidade, as vencedoras compartilharão suas experiências e desafios com instâncias do governo e organizações da sociedade civil ligadas à agricultura familiar.
Rotas de cacau na Bolívia
Na categoria relatos de vida, a boliviana Remedios Pinto foi vencedora com a história “As rotas do cacau”, na qual contou a experiência de enfrentar os efeitos da industrialização do cacau no país.
“Ser mulher negra significa estar conectada com seu espaço, suas raízes, sua terra e com sua comunidade. Tenho orgulho de ser afroboliviana”, ressaltou Remedios no relato.
Açúcar mascavo para a paz na Colômbia
O primeiro lugar na categoria de experiências de organizações foi concedido para a Associação de Produtores de Palmas (ASOLPAS), da Colômbia, que se dedica, principalmente, à produção de açúcar mascavo.
A organização foi criada por um grupo de mulheres que buscava melhorar a qualidade de vida da comunidade, proteger o meio ambiente e preservar a cultura por meio do trabalho na terra.
À luz dos recentes acordos de paz, a história da associação valorizou a importância do trabalho comunitário para revitalizar os territórios que foram afetados por conflitos armados.
“A energia positiva que as pequenas realizações nos proporcionaram e as profundas aprendizagens que tivemos e ainda temos serviram para enfrentar com êxito as múltiplas dificuldades e desafios que tivemos todos esses anos”, contaram as mulheres da associação.
Múltiplas menções honrosas
Devido à grande quantidade de histórias e experiências interessantes compartilhadas pelas mulheres rurais da região, 11 menções honrosas foram feitas.
Na categoria relatos de vida, a FAO reconheceu os relatos de Isabel Guggisberg, da Associação Civil de Mulheres Agropecuárias da Argentina; Maria do Livramento Diniz Sacramento, mulher rural do Brasil; Rut Pelaiza Gutiérrez, assessora financeira rural do Peru; Mireya Betancort, professora rural no Uruguai; e Gaudy Maria García, fundadora da Associação Civil Moncar da Venezuela.
Entre as organizações rurais que receberam menções honrosas estão o empreendimento de turismo rural de armazém Francou, na Argentina; a Escola Familiar Agrícola de Santa Cruz do Sul, no Brasil; a Associação de Mulheres Cafeteiras de Córdoba, na Colômbia; a Coordenadora Nacional de Mulheres Negras do Equador; a União de Palmeadoras da Cidade Heroica de Tlaxiaco, no México; e o Coletivo de Mulheres e Milho Amatenango do Vale, no México.
Processo de seleção e premiação
As histórias foram avaliadas por um comitê interdisciplinar que analisou a proximidade dos relatos, o papel protagonista das mulheres e a relevância das histórias tendo em vista os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Da seleção dos vencedores e das menções honrosas participaram o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO), o Projeto Mais Algodão da FAO e o Centro Latino-Americano para o Desenvolvimento Rural (RIMISP).
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