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sábado, 10 de novembro de 2018

Durabilidade da paz aumenta quando as mulheres participam

29 outubro 2018
Eventos em Nova Iorque dão destaque ao papel feminino durante os conflitos e depois de estes terminarem; ONU News conversou com uma das organizadoras para perceber o que precisa ser feito para aumentar a sua participação.
As Nações Unidas fecharam uma série de eventos em Nova Iorque que durante a semana abordaram o papel das mulheres na manutenção de paz.
Um relatório apoiado pela ONU Mulheres foi lançado em sessões onde participaram mais de mil mulheres de todo o mundo. Na sexta-feira, foi apresentado o grupo Mulheres Jovens para a Paz e Liderança.
A ONU News conversou com uma das organizadoras dos eventos, a coordenadora de Programas da Rede Global de Mulheres Construtoras da Paz, Agnieszka Fal-Dutra Santos.
Nesta entrevista, a especialista explica o impacto que o grupo pode ter na resolução de conflitos e na consolidação da paz.

ONU News, ON: Pode descrever o trabalho da Rede Global de Mulheres Construtoras da Paz?

Agnieszka Fal-Dutra Santos, AFS: O nosso trabalho principal é trabalhar com as organizações de mulheres em países afetados pelo conflito e pós-conflito. Levar também as vozes delas aos espaços políticos globais, aqui em Nova Iorque e em outros lugares.
Estamos numa rede. Temos organizações-membros em vários países. Trabalhamos com elas e também com autoridades locais e nacionais para aumentar a participação das mulheres nos processos formais e oficiais de paz, mas também nos processos não oficiais, e apoiar o trabalho que as mulheres já fazem.

ON: A Agnizeska apresentou informações novas nestes eventos. Pode resumir as conclusões do relatório?

AFS: Falo sobre uma pesquisa que acabamos de fazer com o apoio da ONU Mulheres.  É sobre o que é sustentar a paz, o que isso significa para as mulheres nos países afetados pelo conflito e o que elas já fazem para sustentar a paz.
Uma coisa que é muito, muito clara é que sustentar a paz não significa só acabar com a guerra. Significa também promover os direitos humanos, promover o desenvolvimento econômico, promover os direitos das mulheres. Então, trabalhamos com as mulheres sobre todas estas coisas, e para aumentar também o apoio dos governos para todas estas problemáticas.

ON: Quais são as vossas recomendações?

Tornar disponíveis mais fundos para as organizações das mulheres. E fundos de longo prazo, porque a paz é um trabalho de longo prazo. 
Tornar disponíveis mais fundos para as organizações das mulheres. E fundos de longo prazo, porque a paz é um trabalho de longo prazo. Não podemos perceber a paz como um projeto e dar os fundos apenas para um ano, dois anos ou mesmo cinco anos. Isso tem de estar sustentado. Para os países que apoiam os processos de paz, por exemplo na Síria, no Sudão do Sul, devem exigir a participação das mulheres e dizer que não vão começar as negociações, não vão participar nas negociações, se não houver participação das mulheres.
Outra coisa que a nossa pesquisa mostrou é que essa participação é menor na implementação e realização dos acordos de paz do que nas negociações. Essa é outra recomendação, sustentar a inclusão e a participação das mulheres depois da assinatura dos acordos de paz. Por exemplo, na Colômbia, Filipinas e outros países, isso é um grande desafio.  

ON: Existem resultados concretos sobre o aumento da participação?

AFS: As pesquisas mostram que quando as mulheres participam nas negociações os acordos de paz são 35 mais prováveis de durar mais do que dois anos. A durabilidade da paz aumenta quando as mulheres participam. A nossa pesquisa mostrou que as mulheres também levam a paz as populações locais e elas garantem que a paz existe para todos, para a sociedade inteira, e não apenas as pessoas do mundo capital.

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