sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Qual o papel das mulheres nos processos de mudanças dos homens? | Vídeo

“O papel das mulheres nesse processo de um mundo mais equitativo é dizer o que a gente quer, não nos calar mais e dizer não para qualquer violência"
Papo de Homem
Ismael dos Anjos
21 de Agosto de 2019
No próximo dia 29 de agosto, o documentário "O silêncio dos homens" será lançado de forma pública e gratuita no YouTube e em sessões independentes— já temos mais de 400 anfitriões cadastrados aqui para realizar exibições independentes do filme em todo o Brasil!
Enquanto o filme não chega, estamos publicando em nosso canal do YouTube pouco mais de 20 pílulas em vídeo que discutem de formas mais profundas temas que serão abordados no documentário. Um desses assuntos importantes é uma pergunta: qual papel das mulheres nos processos de mudanças dos homens?

Quando se fala sobre as masculinidades – conversamos sobre as transformações que os homens têm vivido ou aquelas que ainda precisam experimentar – entendo que é indissociável implicar mulheres e pessoa não-binárias nesta conversa.
Na minha vida, minha mãe, Rosa, e minha companheira de vida, Juliana, assim como amigas, ex-namoradas e avós (já escrevi sobre uma delas aqui) foram essenciais para que eu me tornasse, pouco a pouco, o homem que sou hoje. Seja me fazendo escutar atentamente sobre as dores que as mulheres sofrem, seja me mostrando na prática as potências que carregam consigo e colocando a barra lá em cima, para que eu pudesse aprender e (tentar) acompanhar. 
Neste sentido, e ampliando essa reflexão para o contexto macro, Sandra Vale, consultora de gestão e desenvolvimento institucional no Instituto Promundo Brasil, conversou conosco sobre quais são os papéis que as mulheres exercem nesse momento de transformações que os homens e a sociedade vivem em busca de equidade.  

“Eu acho que o papel das mulheres nesse processo de um mundo mais equitativo de gênero, de um mundo livre de violências baseadas em gênero. É dizer o que a gente quer.
É não nos calar mais.
É dizer não para qualquer tipo de violência.
É nos colocar como pessoas detentoras de direitos.
Porque é um direito meu permanecer viva. 
É um direito meu receber a mesma remuneração que um homem.
É um direito meu andar na rua.
É um direito meu não morrer.
Então o papel das mulheres acho que hoje,
É cada vez mais nos colocarmos dizendo o que não queremos.
E fazendo com que a nossa voz unida, junta, seja escutada mais longe.
(...)
Mas as mulheres que hoje lutam comigo, são essas as mulheres que eu quero como minhas companheiras. E os homens que hoje lutam comigo, são esses os homens que eu quero como meus companheiros.
E eu quero que isso vire uma onda de infestação, eu quero que isso vire uma onda de afeto, uma onda de cuidado. Uma onda onde a minha voz, a sua voz, a voz de todos nós cause o impacto que precisa causar. Que é termos um mundo livre de violências.” 
Em outro vídeo, Sandra também falou para o PdH sobre como o afeto é uma ferramenta essencial para trabalhar com os processos de transformações masculinas.
Para conhecer mais sobre o trabalho do Promundo, uma das instituições mais respeitadas e longevas do mundo quando o assunto são as masculinidades, acesse: https://promundo.org.br.

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