Uma socióloga e uma defensora pública falam dos efeitos que a violência tem na vida profissional das mulheres
14out2019
As entrevistadas pelo traço de Caio Borges
No quinto episódio da terceira temporada do Maria Vai Com as Outras, Branca Vianna conversa com duas especialistas sobre as consequências da violência doméstica na vida laboral das mulheres.
Tradicionalmente, o podcast ouve as experiências pessoais de suas entrevistadas mas, desta vez, optamos por abordar este assunto, tão delicado e difícil, de maneira diferente. Te convidamos a ouvir no primeiro bloco a socióloga paulista Wania Pasinato, que se dedica a estudar o assunto e desmistificar, por exemplo, a impressão de que mulheres de baixa renda sofrem mais violência do que outras.
Tradicionalmente, o podcast ouve as experiências pessoais de suas entrevistadas mas, desta vez, optamos por abordar este assunto, tão delicado e difícil, de maneira diferente. Te convidamos a ouvir no primeiro bloco a socióloga paulista Wania Pasinato, que se dedica a estudar o assunto e desmistificar, por exemplo, a impressão de que mulheres de baixa renda sofrem mais violência do que outras.
No segundo bloco, quem fala com a gente é a defensora pública gaúcha Tatiana Boeira, e aqui, é importante fazer um aviso: Ela defende uma mulher condenada por não estar presente em casa para defender seu bebê morto pelo pai num crime violentíssimo, por isso, se para você for muito difícil ouvir esse tipo de relato, a gente pede para você esperar um pouco que aguarde um novo episódio que estará no ar em duas semanas.
Bloco 1
Wania Pasinato trabalha como consultora para a implementação de políticas públicas de enfrentamento de violência contra a mulher. Socióloga, ela se debruçou num estudo publicado em agosto de 2019 que confrontou teorias feministas, de gênero e patriarcado, com teorias econômicas, e como cada um desses campos explica a violência contra a mulher. Uma das conclusões é que aumentar o poder econômico de uma mulher não garante que ela vá sair de uma situação de agressão doméstica – seja verbal, emocional, física ou patrimonial.
Bloco 2
Nesta entrevista, a defensora pública do Rio Grande do Sul Tatiana Kosby Boeira fala do caso de Tatiane da Silva, condenada a 24 anos de prisão por omissão porque estava trabalhando quando o marido, usuário de crack e envolvido com o tráfico, matou o filho caçula, ainda bebê. Tatiane, que perdeu a guarda dos outros dois filhos mais velhos, já tinha procurado ajuda por conta da violência que sofria.
Citações no episódio:
O estudo citado por Wania Pasinato, publicado pelo Ipea, pode ser lido aqui.
E um estudo publicado pela ONU que mostra o impacto da violência doméstica sobre a produtividade das mulheres pode ser lido aqui.
O Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, da Unicamp, e o Núcleo de Estudos da Violência da USP, também publicam artigos e pesquisas sobre o tema, entre eles alguns produzidos pela entrevistada Wania Pasinato.
Tomamos conhecimento do caso citado por Tatiana Boeira nesta reportagem quando a matéria sobre a misoginia na Justiça brasileira foi publicada pela Revista Galileu em março de 2018 sobre a misoginia na justiça brasileira.
Denuncie os casos de violência contra a mulher discando 180 de qualquer telefone e em qualquer estado brasileiro.
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