O projeto Open Box na Ciência, da Gênero e Número, destaca 50 mulheres de cinco áreas do conhecimento que vêm produzindo e articulando no campo da ciência
Da Redação Gênero e Número
23 DE JANEIRO DE 2020
Se no Ministério da Educação não estão claras as políticas de incentivo à ciência brasileira, tendo sido 2019 um ano turbulento, com cortes de bolsas que reduziram, apenas na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), mais de 8 mil bolsas de mestrado e doutorado, há outros espaços onde o reconhecimento à importância da ciência brasileira segue em alta.
A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) começou o ano anunciando as vencedoras do primeiro prêmio “Carolina Bori Ciência e Mulher”. A bióloga Helena Bonciani Nader, professora-titular da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), é a contemplada na categoria principal, “Mulheres Cientistas”, e divide os holofotes com a professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alice Rangel de Paiva Abreu, que recebe Menção Honrosa por seu trabalho no campo da sociologia.
Nader acumula mais de 30 anos como professora universitária e pesquisadora, tendo recebido diversos prêmios ao longo da sua trajetória pela relevante produção relacionada à Glicobiologia e Biologia Molecular. Ainda nos anos 70, alcançou o pós-doutorado, nos Estados Unidos. Também foi uma das duas únicas mulheres a presidir a SBPC, organização mais tradicional da sociedade civil para o avanço da ciência, fundada em 1948. A pioneira na presidência foi a psicóloga Carolina Martuscelli Bori.
O pioneirismo e o protagonismo das cientistas brasileiras estarão em alta em fevereiro. Além da premiação da SBPC que acontece em evento em São Paulo, em 11 de fevereiro, no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a Gênero e Número lança, no dia 12, também em São Paulo, o projeto Open Box na Ciência, no qual destaca 50 mulheres de cinco áreas do conhecimento que vêm produzindo e articulando no campo da ciência. As pesquisas, assim como o perfil dessas mulheres, estarão reunidas em uma plataforma digital, de conteúdo aberto e interativo, com visualizações de dados e reportagens que narram a trajetória delas a partir de um recorte de gênero, indicando referências femininas que tiveram para chegar ao lugar de destaque que alcançaram e revelando desafios que elas reconhecem que venceram.
A presença e a contribuição das mulheres na pesquisa são inegáveis, mas os debates sobre como avançar para um cenário de equidade de gênero é necessário e vem ganhando expressão em espaços de gestão e produção científica. A Gênero e Número já mostrou em reportagens e produções audiovisuais como algumas das questões críticas de gênero e raça na ciência têm sido abordadas, com dados e pesquisas recentes que indicam onde estão os desafios.
As mulheres são hoje maioria no ensino superior brasileiro, mas como mostram bases de dados com a do Censo da Educação Superior, ainda ficam “no meio do caminho”, quando se compara o avanço da trajetória delas com a dos colegas homens. As mulheres são, por exemplo, 71,3% das matrículas em cursos de licenciatura – diante de 28,7% dos homens -, mas são minoria como professores nas salas de aulas de universidades.
Mesmo com cenário ainda um tanto adverso, cientistas brasileiras superam estereótipos em todas as áreas do conhecimento. São essas histórias e as produções bem-sucedidas e reconhecidas que o projeto Open Box da Ciência vai apresentar, de forma acessível e navegável.
A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) começou o ano anunciando as vencedoras do primeiro prêmio “Carolina Bori Ciência e Mulher”. A bióloga Helena Bonciani Nader, professora-titular da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), é a contemplada na categoria principal, “Mulheres Cientistas”, e divide os holofotes com a professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alice Rangel de Paiva Abreu, que recebe Menção Honrosa por seu trabalho no campo da sociologia.
Nader acumula mais de 30 anos como professora universitária e pesquisadora, tendo recebido diversos prêmios ao longo da sua trajetória pela relevante produção relacionada à Glicobiologia e Biologia Molecular. Ainda nos anos 70, alcançou o pós-doutorado, nos Estados Unidos. Também foi uma das duas únicas mulheres a presidir a SBPC, organização mais tradicional da sociedade civil para o avanço da ciência, fundada em 1948. A pioneira na presidência foi a psicóloga Carolina Martuscelli Bori.
O pioneirismo e o protagonismo das cientistas brasileiras estarão em alta em fevereiro. Além da premiação da SBPC que acontece em evento em São Paulo, em 11 de fevereiro, no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a Gênero e Número lança, no dia 12, também em São Paulo, o projeto Open Box na Ciência, no qual destaca 50 mulheres de cinco áreas do conhecimento que vêm produzindo e articulando no campo da ciência. As pesquisas, assim como o perfil dessas mulheres, estarão reunidas em uma plataforma digital, de conteúdo aberto e interativo, com visualizações de dados e reportagens que narram a trajetória delas a partir de um recorte de gênero, indicando referências femininas que tiveram para chegar ao lugar de destaque que alcançaram e revelando desafios que elas reconhecem que venceram.
A presença e a contribuição das mulheres na pesquisa são inegáveis, mas os debates sobre como avançar para um cenário de equidade de gênero é necessário e vem ganhando expressão em espaços de gestão e produção científica. A Gênero e Número já mostrou em reportagens e produções audiovisuais como algumas das questões críticas de gênero e raça na ciência têm sido abordadas, com dados e pesquisas recentes que indicam onde estão os desafios.
As mulheres são hoje maioria no ensino superior brasileiro, mas como mostram bases de dados com a do Censo da Educação Superior, ainda ficam “no meio do caminho”, quando se compara o avanço da trajetória delas com a dos colegas homens. As mulheres são, por exemplo, 71,3% das matrículas em cursos de licenciatura – diante de 28,7% dos homens -, mas são minoria como professores nas salas de aulas de universidades.
Mesmo com cenário ainda um tanto adverso, cientistas brasileiras superam estereótipos em todas as áreas do conhecimento. São essas histórias e as produções bem-sucedidas e reconhecidas que o projeto Open Box da Ciência vai apresentar, de forma acessível e navegável.
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