sábado, 14 de março de 2020

A arquitetura luminosa e sem ostentação das vencedoras Pritzker 2020 em 11 edifícios

As irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara são as fundadoras do Grafton, um estúdio que executou projetos principalmente locais que, longe de buscar o espetáculo, enfatizam sua função social e pensam em seu contexto urbano

IDOIA SOTA
13 MAR 2020

premio pritzker 2020
Shelley McNamara (1952) e Yvonne Farrell (1951) na Escola de Arquitetura da Universidade College Dublin (UCD), em 1974. Lá estudaram com professores racionalistas que tinham acabado de chegar à faculdade com a tarefa de renovar a instituição. No final do curso, ambas receberam uma proposta para dar aula na escola. Pouco depois, fundaram o estúdio Grafton Architects (1978), onde realizam projetos, principalmente locais e com vocação de serviço, há mais de 40 anos. Uma arquitetura em que a luz natural, como reflexo da passagem do tempo e elemento de conexão com o exterior, é uma constante. HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Delimitada por uma rodovia de um lado e por uma área de pouca altura da cidade de outro, a Universidade de Tecnologia e Engenharia de Lima (UTEC) está instalada em um edifício vertical de forma ondulante, inspirado nas colinas da cidade. IWAN BAAN / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Para a UTEC, as arquitetas projetaram um edifício musculoso com acabamento de concreto bruto que, para alguns, assume certo caráter brutalista. A estrutura e os espaços arquitetônicos trabalham conjuntamente para formar uma nova paisagem. A seção do edifício cria de forma natural vários espaços de encontro em escala humana. IWAN BAAN / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Urban Institute of Ireland (2002), localizado junto ao campus da University College Dublin (UCD), na capital irlandesa. Azulejos de terracota, tijolos vermelhos e bases de granito dão lugar a uma pele com toques artesanais, criando um interessante efeito visual na mudança de materiais. CORTESÍA ROS KAVANAGH / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
O edifício do Urban Institute se levanta sobre uma planta principal em dois níveis, composta por laboratórios e salas de pesquisa, voltados para leste e oeste, enquanto o nível superior fica voltado para noroeste, dando lugar a um surpreendente e interessante grau de complexidade espacial. CORTESÍA ROS KAVANAGH / HYATT FOUNDATION

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Projetado para promover o discurso integrador, o Instituto de Habitação da Irlanda recebe engenheiros, urbanistas, arquitetos, geógrafos e economistas. CORTESÍA ROS KAVANAGH / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Town House, na Universidade de Kingston, no Reino Unido (2019). O novo edifício de seis andares serve como porta de entrada para o campus da cidade e como fortaleza sobre o rio Tâmisa. Os interiores abertos são unificados pelo envoltório de colunatas de pedra do exterior. DENNIS GILBERT Y ED REEVES / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
O interior da Town House Building é composto por grandes salas interconectadas e espaços com pé-direito duplo e triplo que se superpõem física e visualmente. O hall de entrada se estende até quase a altura total do edifício, com escadarias suspensas das placas do piso, acrescentando um toque escultórico e tecendo fisicamente as camadas do edifício. Para Farrell e McNamara, a universidade é como uma pequena cidade, de modo que três camadas se superpõem neste edifício: “A administração e os profissionais, as instalações formativas e a cidade”. ED REEVES / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Escola de Economia da Universidade de Toulouse (2019). Localizada à beira do Canal de Garona, o novo edifício da faculdade é, segundo as arquitetas, “uma composição dos elementos característicos de Toulouse reinterpretados: contrafortes, rampas, afrescos e interiores misteriosos, com claustros e pátios”. DENNIS GILBERT / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Este edifício da Universidade de Toulouse tem sete andares acima do nível do solo e dois subterrâneos. O estúdio Grafton Architects queria projetar um espaço para a pesquisa e a educação em que fosse agradável trabalhar e, portanto, levou a cabo uma estratégia de pátios que favorecessem a entrada de luz e ar natural. DENNIS GILBERT / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Biblioteca Municipal do Centro Cultural Parnell Square, em Dublin (atualmente em construção). Está previsto que este edifício de 8.000 metros quadrados receba 3.000 visitantes diários, pois servirá à área central de Dublin, com 1,2 milhão de habitantes. “A biblioteca consiste na reforma das edificações originais do século XVIII e de seus espaços maravilhosamente proporcionais, aos quais se acrescenta um corpo do século XXI, unindo o tradicional e o contemporâneo de maneira excitante”, descrevem suas criadoras. GRAFTON ARCHITECTS

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Escritórios do Departamento de Finanças, em Dublin (2009). Localizada no centro da capital, “essa sede faz parte de uma tradição arquitetônica de Dublin, onde os edifícios importantes negociam mudanças drásticas de escala nos cruzamentos da paisagem urbana da cidade”, explicaram as arquitetas. A cuidadosa escolha dos materiais confere elegância e solidez ao edifício, algo que se reflete especialmente na porta de entrada de bronze artesanal e na pedra calcária irlandesa da parte externa. GRAFTON ARCHITECTS

premio pritzker 2020
Institut Mines Télécom, em Paris. Um edifício de 46.000 metros quadrados que abriga três instituições universitárias –o Institut Mines Télécom, a Télécom Paristech e a Télécom Sud-Paris– onde estudantes, professores e eruditos se encontram. A luz entra generosamente por seus espaços abertos, paredes envidraçadas, janelas e tetos abertos. CORTESÍA DE ALEXANDRE SORIA / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Faculdade de Medicina da Universidade de Limerick (Irlanda). Conectada ao campus preexistente por uma ponte para pedestres, a nova faculdade inclui uma série de três residências de tijolos vermelhos, também projetadas pelas arquitetas, além de um espaço público aberto destinado a servir como novo ponto focal. DENNIS GILBERT / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
A parede externa de pedra calcária do edifício principal da Faculdade de Medicina de Limerick, um material nativo da região, foi “dobrada, perfilada e disposta em camadas que respondem à orientação do sol, do vento, da chuva e da atividade pública”. O edifício de quatro andares inclui um átrio de pé-direito duplo e uma ampla escadaria aberta, permitindo que os ocupantes vejam todos os níveis desde baixo e desde cima. DENNIS GILBERT / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Colégio Público Loreto (2006), em Milford (Irlanda). Localizada em uma pequena cidade no extremo noroeste do país, esta escola recebe mais de 700 alunos. As diferentes alas do edifício estão dispostas como um cata-vento e criam várias “salas” ao ar livre protegidas dos ventos e que podem ser usadas de muitas maneiras por estudantes, professores e funcionários. CORTESÍA ROS KAVANAGH / HYATT FOUNDATION

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O teto ondulado de zinco do Colégio Loreto reflete a espetacular paisagem inclinada do local e “a luz e o ar se desenham entre as dobras dessa ondulação”. CORTESÍA ROS KAVANAGH / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Escola de Economia e Ciência Política de Londres (em construção). “Como a construção abrigará o Instituto Marshall de Filantropia e Empreendedorismo Social”, contam as arquitetas, “o espírito do edifício e dos espaços deve representar uma visão de diversidade, abertura, inclusão e amor à humanidade”. GRAFTON ARCHITECTS

premio pritzker 2020
Università Luigi Bocconi (2008), em Milão. Este edifício, ganhador do World Building of the Year (prêmio ao melhor edifício do ano), ocupa um quarteirão inteiro da cidade. O desenho das arquitetas parece o de um campus de pavilhões e pátios com uma configuração vertical em lugar de horizontal. As salas de conferências e de reuniões, os escritórios, a biblioteca e a lanchonete foram projetadas para abrigar 1.000 professores e alunos, criando uma sensação de comunidade desde dentro e para fora, graças também às facilidades de conexão com a cidade. CORTESÍA DE ALEXANDRE SORIA / HYATT FOUNDATION

premio pritzker 2020
Dentro da gigantesca massa de pedra que é o edifício da Università Luigi Bocconi, os espaços abertos generosos e diversos convidam a encontros e trocas espontâneas. CORTESÍA DE ALEXANDRE SORIA / HYATT FOUNDATION

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